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O caminho para o Olimpo

Belerofonte ou Hércules

Ambos os semideuses, no ápice de sua glória, seguiram na direção da morada dos deuses, mas tiveram destinos diferentes.



O caminho para o Olimpo

Filho do deus Poseidon e uma humana, o herói mítico Belerofonte enfrentou o ostracismo de Corinto, cidade em que outrora fora amado, por ter assassinado um tirano de nome Bellerus, encontrou abrigo ao servir o Rei Preto, porém, ao ser desejado pela rainha, recusou-se a relacionar-se com a mesma, seja por temor ou lealdade ao senhor que o acolhera.

A rainha, amargurada pela rejeição, fez com que seu esposo acreditasse que Belerofonte era quem tinha tentado contra a união dos monarcas, de maneira que o herói é enviado ao reino do sogro de Preto, para que tivesse um terrível destino.

O Rei Iobátes, soube que a intenção de seu genro, o Rei Preto, era a morte de Belerofonte, entretanto, já havia hospedado o herói, e, sabendo do desapreço que os deuses do Olimpo nutriam em relação aos que desrespeitavam a lei da hospedagem, não poderia dar cabo da vida de seu mais novo hóspede.

Iobátes então envia Belerofonte em uma missão suicida, deveria o mesmo matar a besta que assolava seu reino, todavia, o mítico filho do rei dos mares retorna triunfante de sua intenta montado sob o cavalo alado Pégaso. Outras tantas missões lhe foram confiadas e, sempre, o herói regressava triunfante, fazendo com que Iobátes desse a mão de sua filha Filonoé, com quem teve quatro filhos, entre os quais a filha Laodameia, que com Zeus gerou Sarpedão.

No ápice de sua glória, Belerofonte tentou alçar o Olimpo voando em seu cavalo alado, mas Zeus, furioso com tamanha ousadia, mandou que uma vespa ferroasse o animal, tendo o herói caído ao solo. Atena não deixou que o mesmo morresse, mas vivo e ferido, restou-lhe passar o resto de sua vida como um andarilho coxo que procurava Pégaso, sem saber que o lendário equino fora transformado pelo rei do Olimpo em uma constelação.

O mais conhecido herói da mitologia grega, Hércules ou Herácles, filho bastardo de Zeus com a Rainha de Tirinto, Alcmena, assim como seu primo Belerofonte, sofrera um revés que o fez servir a um rei que o mandou em diversas missões, que tinham como objetivo, a morte do herói.

Enlouquecido por Hera, o herói mata sua esposa e filhos, tendo que servir ao seu primo Euristeu, o Rei de Micena e Tirinto, que lhe enviou para cumprir tarefas que para o rei, resultariam na morte do mesmo, mas para Hércules, traria a redenção por seu hediondo pecado.

Após cumpridos os doze trabalhos, Hércules é agraciado com a imortalidade e, quando seu corpo padece por conta de uma veste envenenada, é levado ao Olimpo e acolhido por Hera, adotando assim o nome Herácles, que significa Glória de Hera, até então o herói chamava-se Alcides, e casa-se com Hebe, deusa da juventude, filha de Zeus e Hera.

Ascensão ao Olimpo, traz a reflexão que comparando ambos os mitos chegamos a simples conclusão que, infortúnios podem e devem ser superados, mas o reconhecimento não pode ser exigido, o caminho mais fácil não o levará ao seu objetivo, a forma afoita a qual Belerofonte se lança ao Olimpo, sem que fosse aclamado, difere de seu primo mais famoso, que não tinha como objetivo a morada dos deuses, mas a redenção por seus erros e, por isso, obteve a graça relegada ao cavaleiro.

É imprescindível ao ser humano, que sua virtude não seja um artifício para obter recompensas e, todo o reconhecimento seja lhe dado de forma natural, compreendendo que para galgar uma montanha, ainda que em seu topo esteja situada a morada dos deuses, cada passo deve ser dado com sabedoria.


Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N. 04 – ISSN 2764-3867


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