A salvação da mulher não virá do movimento feminista
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!” (Mateus 23.37).
Nesta passagem bíblica, o Senhor Jesus traz um exemplo da natureza para explicar o cuidado que queria ter para com o povo de Israel. Em diversas citações, Deus mostra que, assim como a natureza cuida de seus filhotes, Ele deseja fazer o mesmo por nós.
Contudo, na única vez em que Ele cita o ser humano como exemplo, o exemplo é diferente:
“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49.15).
Ou seja, na única menção que o Altíssimo faz ao ser humano no tocante a cuidar de sua prole, Ele mostra que existe a possibilidade deste se esquecer.
Mas por que um ser tido como “racional” faria isto? Por que o ser criado à imagem e semelhança do Criador seria capaz de se esquecer, ou até mesmo, matar o fruto de seu ventre?
Desde os tempos bíblicos, povos pagãos entregavam seus filhos recém-nascidos para seus deuses. O mais conhecido era Moloque. Sua aparência era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão, e no seu ventre havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir sacrifícios, especialmente dos recém-nascidos, que eram lançados vivos. Com o fortalecimento do povo hebreu e de outros reinos, tais povos foram desaparecendo, deixando o costume dessa adoração.
Após libertar o povo de Israel, Deus deu a seguinte ordem:
“Na tua terra, NÃO HAVERÁ MULHER QUE ABORTE” (Êxodo 23.26)
Para dar uma ordem tão direta, é porque não apenas os recém-nascidos eram mortos, mas também aqueles que sequer tinham saído do ventre materno.
Porém, mesmo com esta forma de “adoração” a Moloque ter se extinguido, a prática de assassinar inocentes permanece até aos nossos dias. E hoje, este sacrifício, o aborto, ganhou um nome diferente: direitos sexuais e reprodutivos. Esta expressão surgiu na Conferência de Cairo, em 1994. Contudo, muito antes do termo ser cunhado, o ato já era considerado “direito”.
Alexandra Kollontai, feminista e integrante do Partido Comunista, fez uma citação sobre o tema em sua obra “O trabalho feminino no desenvolvimento da Economia”. Para ela, a maternidade era vista apenas uma maneira de inserir novos membros para o partido. Porém, citando a lei russa que legalizava a prática do aborto, ela diz que o problema não era a prática em sim, mas a “clandestinidade”:
“Em 20 de novembro de 1920, a república operária sancionou uma lei que abolia as punições atreladas ao aborto. (...) O aborto é um problema ligado à questão da maternidade e, do mesmo modo, tem origem na posição insegura ocupada pelas mulheres (...) as “soluções” clandestinas apenas debilitam as mulheres; elas se tornam um peso sobre o governo operário, e a força de trabalho é reduzida. Quando realizado em condições médicas adequadas, o aborto é menos prejudicial e perigoso, e a mulher pode voltar ao trabalho mais rapidamente.”
Margaret Sanger, fundadora da clínica de aborto Planned Parenthood, cunhou o termo “controle de natalidade”. Em 1914, ela lançou a revista “The woman rebel”, onde apregoava suas ideias feministas e tratava da “autonomia reprodutiva da mulher”. Para Sanger, a mulher deveria se libertar da “escravidão biológica”. Contudo, Sanger, eugenista e racista, inaugurava suas clínicas em bairros predominantemente negros e dizia, da maneira mais cínica:
“Não é necessário que circule a ideia de que queremos exterminar a população negra”
E mais:
“O controle dos nascimentos consiste, nem mais nem menos, na eliminação das pessoas inadequadas”
Ou seja, além de transformar o aborto em “método contraceptivo”, Sanger o utilizava para exterminar os que intitulava como “inadequados”. Infelizmente, esta prática ainda é utilizada nos dias atuais.
A Islândia, país escandinavo de cerca de 330 mil habitantes, “erradicou” a síndrome de Down do país. O que a imprensa tradicional não revela é que isto foi obtido a preço de sangue: 100% dos bebês diagnosticados com a condição ainda no útero são abortados no país. Os exames pré-natais que detectam más-formações e outras características do feto não são obrigatórios na Islândia, mas por volta de 80% a 85% das gestantes optam por realizá-los.
Sanger conseguiu o que queria: retirou das mulheres a sensibilidade materna.
Não são poucos os sites e programas de televisão que tratam do tema aborto. Dizem promover “debates” para discutir o assunto, porém isso é realizado da forma mais desonesta possível, pois nunca exibem o contraponto.
Francisco Razzo, professor de Filosofia e autor da obra “Contar o aborto”, relata em sua obra a experiência que viveu quando assistiu a um “debate” sobre o assunto:
“... uma das expressões mais usadas durante toda a conversa, e usada por todos os palestrantes da mesa, foi ‘precisamos discutir’. Perdi as contas de quantas vezes esse termo foi exaustivamente repetido. Porém, ‘precisamos discutir’ não significava naquele contexto semântico outra coisa senão ‘precisamos, com todos os meios que dispomos e com toda a energia que conseguirmos acumular, aparelhar o Estado a fim de combater a religião católica (como representação de uma cultura conservadora e retrógrada) e impor nossas pautas abortistas, progressistas e higienistas’”
Infelizmente assistimos a um caso recente de um aborto de um bebê com sete meses de gestação. Informações de um site progressista diziam apenas que uma menor, de onze anos, estava grávida devido a um estupro e que a juíza lhe havia negado o “direito” de realizar um aborto.
Porém, havia peças soltas: por que o site não disse quem era o tal estuprador? Por que não apurou se havia boletim de ocorrência contra o mesmo? E por que a juíza do caso não queria que o procedimento fosse realizado?
O que não contaram: o “estuprador” é enteado da mãe da menina; não havia boletim de ocorrência contra ele, até porque ele também é menor de idade, tendo treze anos. A mãe da menina procurou o hospital para realizar o procedimento e foi informada de que, pelas normas do Ministério da Saúde, a autorização para o aborto só é feita até a 20º semana de gestação (a menina já estava com 22 semanas). Sabendo a juíza desta norma, solicitou que a jovem permanecesse em um abrigo e que fosse realizada uma Cesária para que o bebê fosse encaminhado para a adoção.
Bastou se tornar público o fato de que a juíza queria preservar o bebê para que as ativistas execrassem a imagem da magistrada. A bancada feminina da Assembléia Legislativa de Santa Catarina chegou a emitir uma nota de repúdio contra ela, alegando que a mesma praticou “violência” contra a menor. No fim, infelizmente, a vontade dos adoradores modernos de Moloque foi satisfeita: Daniela Cardoso Escobar, representante do Ministério Público, exigiu que o aborto fosse realizado.
Infelizmente, a criatura, feita à imagem e semelhança de Deus, tornou-se cheia de malignidade e desejo de sangue inocente. O Cristianismo, na figura do Senhor Jesus, respeita a figura da criança e ainda diz: apenas quem for tal qual uma criança é quem herdará o reino dos céus.
Porém, o mal, na figura do paganismo e, mais recentemente, do feminismo, trata a criança como estorvo, empecilho, um ser que não faz a diferença na sociedade, que atrapalha os interesses progressistas (exemplo da visão de Alexandra Kollontai) e que trata como um “direito” eliminá-la.
A Bíblia, porém, tão difamada por estes movimentos que se dizem “defensores da mulher”, revela como de fato o feminino será salvo:
“Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.” (1° Timóteo 2.15)
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 14
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