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  • O que tem vendado teus olhos e por fim, limitado teus pensamentos?

    Certa vez, em pequeno vilarejo isolado, um grupo de habitantes foram selecionados para um estudo pedagógico. O estudo consistia em fazer com que as pessoas dessem suas impressões sobre um determinado objeto, porém sem nunca ter tido contato direto, apenas por ouvir, sobre. Foram então vendados seus olhos e o objeto escolhido fora um animal, no caso um Elefante. Os participantes foram deixados próximo a cada membro do Elefante. Usando seus sentidos cada um dizia o que percebera ao tocar no Elefante. Dizia o que ficava na tromba: — O Elefante, é como uma mangueira, eu tenho uma em meu celeiro. O que tocava na cauda dizia: — O Elefante, é como um espanador do pó, eu tenho um em casa. O que pegou na perna dizia: — O Elefante é como um tronco de árvore, só que mais macio. O que pegou na Barriga, por sua vez disse: — O Elefante é como um balão enorme! No final do estudo, foram tiradas as vendas e cada um deles percebeu que associaram o objeto a algo totalmente novo em relação ao que travaram contato em algum momento da vida, e os fez concluir o quanto podemos expressar com veemência e suposta certeza aquilo que nunca se quer, sabemos do que se trata. O que esta pequena parábola pode nos ensinar? Devemos qualificar e refinar nossas experiências, mesmo aquelas mais comuns para que não nos enganemos ou façamos um jogo mental com temas que na verdade, não temos conhecimento suficiente para expor como uma ideia, opção ou solução para uma situação que pode ser negativa ou positiva, e está qualificação, este refino, pode nos aproximar ou distâncias do objeto ou do objetivo proposto, inclusive construir ou destruir pessoas, carreiras, empresas e etc... Não sei quanto a você, caro leitor, mas eu tenho visto muitas dessas situações no campo dos debates, sobre tudo político. Vejo que muitas pessoas têm se colocado na defesa ferrenha de temas que claramente não sabem do que tratam, como por exemplo: O conservadorismo. Não há neste artigo, nem de longe a intenção de esgotar o tema ou criar polêmica, mas apenas suscitar reflexão para a vida prática em qualquer que seja o contexto. Por isso é que pretendo escrever um pouco mais sobre o conservadorismo, porém de uma maneira bem filosófica (o que tem tudo a ver com o conservadorismo) e trazer alguma luz que mostre um pouco o que é este estilo de pensar e viver que tanto atrai as pessoas, em nosso momento histórico. Em qualquer época, povo ou contexto histórico, temas como: liberdade, pátria, Deus e Família, sempre foram temas de diversas lutas, seja no campo intelectual, político, militar e até pessoal; e por que estes temas tanto mexem com as sociedades? Por que são próprios do ser humano, de sua formação e de sua essência. Em outra oportunidade trarei os tais temas sob o prisma de outras culturas, mas vamos hoje, escrever baseado na tradição cristã. O que chamamos hoje de conservadorismo já foi tratado em outras épocas com outro nome e de maneira bem mais profunda. Eu desafio qualquer pessoa no mundo a mostrar um tempo áureo da humanidade em que estes temas não fossem vividos em seu sentido mais amplo e íntimo, porém em tempos obscuros não fossem motivos de clamor. Eu diria que, Conservadorismo, é o nome mais próximo que encontramos para externar este sentimento que é o reflexo de algo que vem da alma humana e por isso, embora tantas tentativas jamais fora eliminado das sociedades e enquanto houver um ser humano com o mínimo de consciência, Deus, pátria, família e liberdade pulsam nos corações dos que mesmo com os olhos vendados pela falta De contato direto, sentem a necessidade de os viver na sua plena condição. Trago como exemplo a tradição bíblica para mostrar que mesmo no Éden, já estavam presentes lembremos que no jardim do Éden vivia-se a plena condição humana e por nos afastarmos dessa condição, temos esta carência que na verdade é da alma e reflete no mundo físico. Tínhamos presente a pátria, representada no Jardim. Tínhamos a família representada em Eva e Adão. Tínhamos a liberdade representada na vida livre de conflitos e carências que vivíamos no jardim, e o livre arbítrio estava presente. Tínhamos Deus, representada pela sua presença em visita diária ao ser humano, na viração do dia. Perceba como não há nada novo tradado no Conservadorismo? Desde a expulsão do ser humano do jardim, temos tentado resgatar nossa essência; chame como quiser, mas no ocidente o único tema que resgata o que há de mais sagrado para o ser humano, está representado no conservadorismo. Muitos concordam que este nome pode confundir e ser anexado a qualquer ideologia, pois o Comunista, vai querer conservar a sociedade assim, o anarquista, também, o Ateu, em fim, tem-se a ideia de que o conservadorismo, trata de conservar as coisas como estão, mas não; o Conservadorismo trata de conservar as coisas como elas realmente são. Pretendo trazer outros textos sobre o conservadorismo em uma série que pretende enriquecer o tema para qualificar os corações e mentes daqueles que buscam Uma vida baseada na sacralidade de: Deus, família, liberdade e pátria. Estes três últimos, reflexos do primeiro. Por em quanto, penso ter oferecido matéria prima suficiente para refletirmos sobre o que estamos buscando e que vai muito além de conquistas sociopolíticas. Que Deus abençoe nossa jornada!

  • As luzes da Revolução Francesa

    As chamas infames que incendiaram Paris e o mundo Como nos diz a história dos feitos ocorridos na França, a 14 de julho de 1789, a prisão mais conhecida entre os franceses: La Bastille, ou a Bastilha como conhecemos, foi invadida pelos revolucionários e assim essa data marca o início da Revolução Francesa, comemorada ainda hoje como ‘o dia da revolução’. A Revolução durou aproximadamente dez anos e marcou os rumos político e social das sociedades em quase todo o mundo. Seu legado influencia ainda hoje o pensamento contemporâneo e quanto aos seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, quem haveria de questionar como símbolos de governos democráticos? Quem sabe possamos tomar a liberdade (ainda possível) para levantar questões, apontar contradições e apresentar algo de diferente aos leitores. Consideraremos que os elementos factuais que marcaram a revolução, acessíveis ao conhecimento do público em geral, não estarão elencados de maneira completa nesta análise. A França ao tempo do rei Luiz XVI era um estado monárquico absolutista, no sentido em que não possuía o sistema de freios e contrapesos que compõem o estamento administrativo dos governos atuais. É fato que a condição socioeconômica de parte do que se convencionou chamar de “terceiro estado”, designação dada ao maior contingente da população onde se concentravam a burguesia, profissionais liberais, intelectuais, camponeses e trabalhadores urbanos, não era boa. Em verdade, os setores mais afetados pela crise de produção de alimentos, pela crise econômica e elevadas taxas de impostos, eram os camponeses e trabalhadores urbanos. Usualmente encontramos na literatura a respeito do movimento revolucionário de 1789 – literatura de viés marxista - ideias que nos induzem à conclusão de que o povo (como um todo) se levantou contra a opressão de seu governante. Dentro do terceiro estado, a classe propulsora do movimento foi a burguesia. Classe dividida entre “alta burguesia” e ‘baixa burguesia’, respectivamente ‘girondinos’ e ‘jacobinos’. Obviamente, os interesses da burguesia diferiam diametralmente dos interesses dos camponeses e trabalhadores urbanos. Enquanto os primeiros almejavam participação ativa no cenário político, os últimos tinham necessidades mais prementes, como o sustento familiar e a subsistência individual. Não é crível que a burguesia, que conseguia a manutenção de seus orçamentos através do comércio e dos negócios, sejam os burgueses desde pequenos comerciantes até banqueiros, estivessem raivosos à frente de uma turba de famintos avançando sobre as ruas de Paris. Muito mais plausível que camponeses e trabalhadores urbanos tenham protagonizado a revolução, mobilizados pela intelectualidade revolucionária. Nos bastidores porém, é aceitável supor que os mentores intelectuais, burgueses de alto nível intelectual manipulassem a opinião pública por meio da propaganda e da agitação popular, auxiliados por jornais e panfletos da época. Uma questão muito comentada na atualidade são as supostas notícias falsas ou fake News. Também naqueles dias agitados de Paris as notícias falsas acabaram por precipitar os fatos. Um jovem de nome Camille Desmoulins, identificado como jornalista ou advogado (dependendo da fonte), teria incitado a multidão que circulava pelas ruas em busca de informações. Segundo a fala atribuída a Desmoulins, as tropas reais estavam na iminência de promover um massacre contra a população parisiense. Na verdade, não havia planos nesse sentido, apenas movimentação de tropas pela cidade, o que deu força ao discurso. Foi o bastante! Seu discurso inflamado diante do Palais Royal fez com que populares buscassem armamentos e munições onde fosse possível. Segundo as informações que circulavam, a Bastilha guardava boa quantidade de pólvora e para lá seguiram. O suposto símbolo maior do Estado opressor e primeiro alvo dos ataques, a antiga prisão da Bastilha, iniciou sua história como portal de acesso à região de Saint-Antoine em Paris. Com a Guerra dos Cem Anos (1337 a 1422), sofreu ampliações tornando-se uma fortaleza que visava proteger o lado leste da cidade. A partir do século XVII tornou-se uma prisão. Estes elementos históricos são de fácil consulta em enciclopédias, livros didáticos ou internet, mas o que chama a atenção nos dados disponíveis é a situação em que se encontrava a prisão no dia de sua tomada. Segundo algumas fontes, mantinha sete prisioneiros, outras porém, indicam apenas três, sendo dois loucos e um prisioneiro interditado pela própria família por dilapidar os bens familiares. A prisão contava com oito torres, quinze canhões, tendo apenas três em condições de uso no momento da invasão. Sua guarnição, segundo consta, era formada por 82 inválidos de guerra e 32 guardas suíços contratados. Pela descrição da condição de sua guarda, não resta dúvida de que eram precárias as possibilidades de defesa. Outro ponto chama a atenção: 114 guardas (ainda que em sua maioria inválidos), contando com apenas três canhões funcionais e armamento em número incerto para manter sob cárcere entre três ou sete prisioneiros. Definitivamente os números são inconsistentes e não sustentam a versão de uma prisão símbolo de um Estado opressor, tampouco de uma tomada heroica por parte da população parisiense. Onde estariam os presos políticos, os dissidentes, os devedores de impostos, os pobres e oprimidos da Bastilha? Consideramos também, analisar nesta reflexão histórica o ideal revolucionário: liberdade, igualdade e fraternidade. Soa aos ouvidos como um canto vindo dos céus, trazendo boas novas e promessas de eterna felicidade aos homens. Todavia, há que se considerar os resultados do processo revolucionário e confrontá-los com os ideais propostos. Mais de dez mil mortos em tribunais revolucionários e estimativas que indicam até quarenta mil mortos se consideradas as chacinas promovidas por populares. Se os ideais eram sinceros, a revolução falhou miseravelmente em sua missão; se servira apenas de instrumento para encantar a população e induzi-la à rebelião, denuncia a vileza de suas lideranças. As palavras que compõem o ideal revolucionário parecem vagas quando confrontadas com o desenrolar dos fatos. Liberdade para que? Igualdade para quem? Fraternidade em que sentido? Segundo um dito popular, mesmo um relógio parado marca as horas corretamente duas vezes. A revolução nos legou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Em seus dezessete artigos, forma uma coletânea de direitos que garante aos homens (e só a eles) direitos e garantias iguais e forma a essência do artigo 5º da nossa Constituição de 1988. Indiscutível que seus belos preceitos são uma evolução e um digno legado para a humanidade. Quanto à sua aplicação em favor de seus contemporâneos não se pode dizer que tenha sido útil. Os tribunais arbitrários negavam aos seus réus os direitos que a Declaração propunha. A marca das contradições é impossível esconder. O período conhecido como “O Terror”, tendo Robespierre à frente, comprova a loucura e violência a que se entregaram as lideranças em favor de um único objetivo: o poder. Em 1791, a atriz e escritora Olympe de Gouges redigiu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Sua ideia foi das mais louváveis, pois buscava equiparar em direitos os homens e as mulheres. Seu destino, todavia, foi lamentável. Sua pretensão foi rejeitada e em 1793 Olympe foi guilhotinada. Quando o caos social, político e econômico trazido pela revolução chegava ao seu limite extremo, quando as invasões estrangeiras ameaçavam os interesses revolucionários, a França se entregou à condução do general Napoleão Bonaparte. Inegavelmente seu talento militar e visão estratégica reequilibraram as forças, reorganizando o país. Porém, como previsto por Platão, a democracia conduzida pelos demagogos, que em seu sentido clássico eram representantes do povo, pelo povo escolhidos e que governavam segundo os interesses do povo, daria lugar a uma tirania pelo excesso de liberdades ao povo concedida. Os tiranos, cujos poderes seriam ilimitados regulariam arbitrariamente as liberdades. Assim, a França que se erguera contra o absolutismo monárquico de Luiz XVI, cai em uma tirania por meio de Napoleão. Na Revolução Francesa estiveram presentes os ideais iluministas de Rousseau, Voltaire e Montesquieu. O Iluminismo, identificado como “o século das luzes” pôs em questão os caracteres milenares da cultura judaico-cristã, alicerce das sociedades de sua época – e ainda muito fortes entre nós – e apresentou em oposição sua mentalidade racional-materialista que incita no ser humano sua autodeterminação e negação de qualquer ideia que transcenda a existência física. Assim, não era estranho que, as fortes críticas dirigidas à igreja, à propriedade privada e aos governos, excitassem as mentes contra um sistema que lhes pariu, alimentou e educou. As contradições existentes na sociedade, o egoísmo e o abuso de poder político-econômico pelas monarquias absolutistas e igreja, são elementos que se encontram no bojo dos debates iluministas. Justificariam então as ações perpetradas pelos revolucionários franceses e estariam sintetizadas no rótulo já citado anteriormente de “liberdade, igualdade e fraternidade”. O rótulo em si contém um modelo abstrato de justiça, facilmente utilizável em propósitos outros que não os mais virtuosos. A destruição das estruturas político-sociais sob a alegação de construção de uma República que defendesse a democracia levou à degeneração tirânica. O homem que caminhava sobre a Terra com os olhos voltados ao alto, tendo na igreja - ainda que eivada pelos erros dos seus zeladores - a porta de acesso ao divino, passa a ter no Estado e na razão os seus deuses. “Allons enfants de la patrie, le jour de gloire est arrivé! Contre nous, de la tyrannie l'étendard sanglant est levé...”. “Avante filhos da pátria, o dia da glória chegou! Contra nós, o estandarte sangrento da tirania se levanta...”. A Revolução Francesa, antes de ser um movimento de libertação de um povo, foi a concretização e elevação de uma nova visão de mundo que apenas transferia privilégios de uma classe a outra, no caso da aristocracia para a burguesia. Ainda que tenhamos apontado na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, pontos de avanço, a revolução com seu conjunto de ideais abstratos e a ideologia iluminista que a apoiava, trouxeram mais danos que se poderia supor. Morte, degradação da cultura milenar em favor do secularismo e afinal, a manutenção do estado das coisas. “Tudo deve mudar para que tudo fique como está” (Il Gatopardo, Giuseppe Tomasi di Lampedusa). Não se trata de revisionismo histórico vazio, mas da justa observação das relações de causa e efeito, e da comparação dos ideais das sociedades do passado com seu legado. A História não é nem nunca foi um monólito, e a razão apartada da sabedoria que transcende o elemento material é vã e passageira como os homens que as pregam. Ainda há tempo para reparar os danos e corrigir a rota. Do conservadorismo devemos aprender a conservar o que é bom, reformar o que está danificado ou causa dano. Valorosamente devemos ir ao covil dos lobos que se banham no sangue dos incautos e então, armados com a prudência das serpentes e a simplicidade das pombas construir um novo reino, onde as tradições e a verdade pavimentem a estrada do nosso futuro.

  • Entes Federativos

    União A União é talvez o ente federativo mais complexo, porque ele se confunde por vezes com a própria República Federativa, já que na verdade o Chefe do Poder Executivo da União é também o Chefe de Estado, sendo uma única figura, o Presidente da República. Em relação à função de Chefe de Estado podemos dizer que o Presidente representa toda a Nação, inclusive em relação com outros países, entretanto, para melhor visualizar a União devemos entender que ela embora seja a própria visão da Nação Brasileira também é um ente federativo, de forma que, a União é soberana por guardar nela a concepção de Estado, enquanto os outros entes federativos são apenas autônomos, eles não estão subordinados a União, mas se sujeitam a sua soberania. Cabe lembrar que a Constituição regula o Estado, logo, quando a Constituição atribui a um ente federativo determinada competência, nem mesmo a União pode passar por cima desta autonomia. Não é uma faculdade da União intervir em outro ente federativo, tratando-se de caso excepcionalíssimo. Mas para melhorar ilustrar, cabe aqui apontar como se organiza a União, que tem no Chefe do Poder Executivo o Presidente da República, que governa a Nação, nomeia seus Secretários de Estado para ocupar funções específicas, que são os Ministros a frente de determinadas pastas, como por exemplo, Ministério da Justiça, Ministério da Saúde entre outros. O Poder Legislativo da União é composto pelo Congresso Nacional, dividido em duas casas legislativas, o Senado composto por um número de representantes igual para cada Estado-membro e o Distrito Federal e a Câmara dos Deputados na qual o número de parlamentares é proporcional ao número de eleitores, por exemplo, no Senado, o Estado de São Paulo e o Estado do Acre tem a mesma representatividade, pois ambos têm três Senadores, entretanto, na Câmara de Deputados o número de representantes de São Paulo é muito superior ao do Acre. O Poder Judiciário da União é o mais complexo, porque somente a União tem o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Superiores e a Justiça especializada além de ter a Justiça Federal comum. Além dos Poderes em si a União mantém ainda o Ministério Público da União que atua junto com os órgãos do Poder Judiciário citado acima. Estados-Membros Não há como gerir um país da dimensão do Brasil, centralizando todo o Estado fazendo com que a União tenha que dar conta das questões nacionais, regionais e locais, por isso a República Federativa do Brasil, mesmo sendo algo único descentraliza o poder em entes federativos diversos, enquanto a União cuida dos assuntos de relevância nacional, os Estados-membros atuam em sua área regional e os Municípios em uma área mais reduzida, cada uma cuidando assim de algo específico do interesse daquela região, tendo sua competência estabelecida na própria Constituição. Os Estados-membros que são 26 (vinte e seis) também possuem os três Poderes, sendo Chefe do Poder Executivo, o Governador do Estado a quem cabe administrar o Governo, nomeando seus Secretários Estaduais para auxiliá-lo. O Poder Legislativo Estadual é composto por uma única Câmara que se denomina Assembleia Legislativa e seus membros são chamados Deputados Estaduais, e são eleitos, assim como seus homônimos federais de forma proporcional ao número de eleitores. O Poder Judiciário Estadual, em regra, também é composto por um único Tribunal de Justiça, que atua de forma residual, cabendo-lhe todos os julgamentos que não forem de competência da Justiça Especial ou Federal, estando na própria Constituição a definição do que cabe a Justiça Federal e a Especial, diretamente a um Tribunal Superior ou mesmo ao Supremo Tribunal Federal. E não havendo tal previsão, recairá a Justiça Estadual que é composta pelo Tribunal de Justiça, pelos Juízes de Direito, pelo Tribunal do Júri, o Conselho da Justiça Militar, os Juizados Especiais e suas Turmas Recursais. O Estado-membro também possui o Ministério Público, o qual tem as mesmas atribuições que o Ministério Público da União para funcionar junto a Justiça Estadual. O Estado-membro, por força da Constituição da República, se organiza por uma Constituição Estadual que estabelece parâmetros básicos e a organização desse ente federativo. Municípios Os municípios, por sua vez, cuidam de questões em uma menor área, administra a cidade, na prática, município e cidade são sinônimos, de forma que é um governo que cuida dos interesses de um grupo social menor em uma localidade restrita. Por óbvio que existem municípios com uma população e estrutura consideravelmente grande, como no caso das capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, entre tantas outras, todavia, ainda assim, estas grandes cidades preocupam-se principalmente com seus centros urbanos, há ainda uma maior proximidade entre esse ente federativo e a população local. O município tem na figura do Prefeito o Chefe do Poder Executivo, que assim como os Chefes desse Poder, nos outros entes federativos, é o responsável pela Administração Pública local, gerindo os órgãos que a ele se subordinam. O Poder Legislativo municipal é exercido pela Câmara de Vereadores e seus membros também são eleitos proporcionalmente ao número de eleitores, o número de membros da Câmara de Vereadores, irá variar conforme a densidade demográfica daquele município. O Município, diferente dos outros entes federativos, não possui o Poder Judiciário, de forma que ele não tem a atribuição de julgar as questões de interesse do município, nesse caso caberá a Justiça Estadual promover a tutela jurisdicional quando o município estiver direta ou indiretamente envolvido. No mesmo sentido, o Município também não possui Ministério Público. O Município será organizado pela Lei Orgânica Municipal, que guarda similaridade a uma Constituição, mas que devido ao fato de não ter uma forma direta de verificar a adequação de uma lei a ela, recebe o nome de Lei Orgânica. Distrito Federal O Distrito Federal é um ente federativo bem peculiar, pois guarda semelhança com o Estado-membro e com o Município, tendo em sua competência para legislar e administrar a soma de ambas, ora agindo com Estado-membro, ora como município. O Chefe do Poder Executivo é o Governador Distrital que acumula as funções que seriam do Governador do Estado-membro e do Prefeito. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Distrital, em que seus membros se denominam Deputados Distritais, podendo elaborar leis que seriam de competência dos Estados-membros e dos Municípios, sendo que as leis terão efeito como se fossem estaduais ou municipais para todas as questões. O Poder Judiciário no Distrito Federal é exercido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, que é organizado e mantido pela União, o que também acontece com o Ministério Público. O Distrito Federal é organizado pela Lei Orgânica Distrital que dependendo da matéria terá força de Constituição Estadual ou de Lei Orgânica Municipal.

  • A História, as fontes e as narrativas

    Colunista da Revista Conhecimento & Cidadania A História é uma das ciências humanas e estuda o desenvolvimento humano através do tempo. A palavra história se origina da palavra grega “historía” que remete a pesquisa ou conhecimento através de investigação. O historiador investiga a sequência de eventos através da consulta às fontes disponíveis, buscando estabelecer a validade dos dados, sua relevância para o estudo a que se dedica, as possíveis relações de causalidade e seus impactos na vida das sociedades contemporâneas. As fontes de pesquisa são as matérias-primas para o trabalho do historiador, são as marcas deixadas pelo homem através do tempo e consistem em resíduos, vestígios, documentos e registros orais, textuais, pictóricos, arqueológicos ou outros. As fontes podem ser primárias, secundárias ou terciárias que, segundo definição corrente, tem nas fontes primárias aquelas produzidas no período de que trata o estudo, sejam resíduos ou registros arqueológicos, relatos escritos, memória oral ou relatos escritos por testemunhas dos fatos ou por elas ditados. As fontes secundárias trazem a análise sobre as fontes primárias. São o resultado de debates e estudos mais aprofundados que vem interpretar os fatos à luz dos métodos, apresentando as opiniões que podem ser conflitantes entre si, dependendo do autor. Quanto às fontes terciárias, apresentam as relações de materiais historiográficos, autores e dados factuais sobre determinado tema de interesse histórico. Geralmente são apresentadas na forma de bibliografias, índices ou guias historiográficos de suma importância àqueles que se dedicam à pesquisa. Em suma, as fontes primárias relatam, as secundárias analisam ou explicam e as terciárias elencam. De maneira geral, o estudo das fontes primárias é sempre o mais indicado àqueles que buscam compreender as marcas deixadas pelo homem através do tempo. As secundárias podem e devem ser consultadas, mas sempre com atenção pois trazem implícita ou explicitamente as idiossincrasias de cada autor não podendo ser contadas como verdades absolutas. As fontes terciárias são ferramentas fundamentais ao pesquisador, mas não agregam conhecimento para além da localização títulos ou autores de interesse. Feita esta apresentação introdutória quanto ao trabalho desenvolvido pelo historiador, queremos tratar agora sobre narrativas. As narrativas são textos literários onde o autor conduz o leitor através da apresentação meticulosa de fatos e personagens, compondo um cenário que pode ou não ser ficcional, mas que visa essencialmente incutir no leitor (ou público alvo) ideias ou modelos de interpretação dos fatos. As narrativas são importantes no meio literário e são de certa forma a base e estrutura das produções literárias ficcionais, pela forma atrativa e contagiante como são apresentadas, são do ponto de vista mercadológico altamente lucrativas. Importante deixar claro que as narrativas literárias não são, de modo algum, comparáveis às fontes secundárias tratadas anteriormente. Ainda que ambas apresentem análises e opiniões, os objetivos das obras são diametralmente opostos e os métodos também. Quando se trata de artigos jornalísticos, do ponto de vista de quem lê, podem ser entendidos como fontes primárias, secundárias ou terciárias pois, dependendo do tempo a que se refiram, podem retratar desde fatos atuais, passados ou já abordados por outros segmentos de mídia. Ainda que devessem utilizar os métodos historiográficos na construção de seus conteúdos, a maneira como usualmente são apresentados refletem a forma narrativa de apresentação pois, para além do caráter informativo, as produções jornalísticas atendem às necessidades de lucratividade dos seus veículos, mas também aos interesses dos seus patrocinadores. Para compreender o alcance que as publicações têm e qual o impacto que alcançam, principalmente quando aspectos mercadológicos são priorizados e, para exemplificar o quanto as formas narrativas empregadas em veículos de comunicação e informação de massas podem induzir errôneas percepções da realidade, veremos alguns casos veiculados em tradicionais veículos de informação. Em 1874 a FortuneMagazine publicou um artigo do geólogo chefe do estado da Pensilvânia onde alertava para o fim das reservas de petróleo em até quatro anos em razão do aumento do consumo de querosene para iluminação. Coincidentemente em 1874 John D. Rockefeller incorporou um de seus últimos e maiores concorrentes, a empresa Charles Pratt & Company, pouco tempo depois do que ficou conhecido como “O Massacre de Cleveland” de 1872, onde a Standar Oil de Rockefeller havia incorporado 22 de seus 26 concorrentes. Em 1919 a revista Scientific American também alertava para o fim da era do petróleo em um período que poderia variar entre 10 a 15 anos, algo realmente alarmante em um período em que as indústrias cresciam e as sociedades se desenvolviam sobre o manto de petróleo que supostamente jazia sob os pés de cada cidadão. (figura 1) Figura 1: Scientific American 03/05/1919 Nos anos de 1939 e 1951 o Departamento do Interior dos Estados Unidos anunciou reservas para no máximo 13 anos de consumo, curiosamente repetiu a previsão nos dois anos. O tradicional jornal The New York Times, em sua edição de 4 de março de 1977 exibia um artigo intitulado “O Problema do Petróleo de Carter” em que analisava a crise energética que se avizinhava dos Estados Unidos e do mundo como um todo. “A capacidade mundial de sustentar tal expansão se estabilizará na década de 1980; se o consumo continuasse no mesmo nível, o petróleo do mundo desapareceria na primeira década do século XXI”. Assim, possivelmente até o ano de 2011 a produção de petróleo estaria estagnada. O ano de 2022 chegou e as reservas mundiais de petróleo da Venezuela, Brasil e Rússia seguem produzindo fortemente. Já não é mais possível pôr em dúvida a capacidade de produção e consumo, mesmo considerando que por consenso científico o petróleo é um combustível fóssil não renovável. Utilizamos o termo “consenso” porque o petróleo é um hidrocarboneto normalmente encontrado em rochas sedimentares que se acumulam e sobrepõem ao longo das eras, todavia consideráveis volumes de petróleo são encontrados também em rochas ígneas (magmáticas), blocos sólidos e extensos de rocha que não são fruto de sedimentação, mas de resfriamento de lava. O que o petróleo estaria fazendo no meio de rochas gigantescas resfriadas a partir de lava vulcânica? Com a palavra os cientistas… A revista Time publicada em 24 de junho de 1974 apresentava artigo sugerindo uma possível nova era do gelo. “Qualquer que seja a causa da tendência de resfriamento, seus efeitos podem ser extremamente graves, se não catastróficos (...) Os cientistas calculam que apenas uma diminuição de 1% na quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra poderia derrubar o equilíbrio climático e resfriar o planeta o suficiente para enviá-lo deslizando para outra era do gelo em apenas algumas centenas de anos”. (figura 2) Figura 2: Revista Time, 24/06/1974 De maneira semelhante na edição de 28 de abril de 1975, a revista Newsweek informava de maneira ainda mais dramática uma possível nova era do gelo que "Meteorologistas divergem sobre a causa e extensão da tendência de resfriamento. Mas eles são quase unânimes no aspecto de que esta tendência reduziria a produtividade agrícola pelo resto deste século." (figura 3) Figura 3: Revista Newsweek, 28/04/1975 Desnecessário lembrar que estamos vivendo a era das “mudanças climáticas” que anteriormente eram chamadas de “aquecimento global”. O mundo não entrou em uma nova era do gelo; por outro lado as mudanças observáveis no clima do nosso planeta têm defensores nos dois lados: tanto aqueles que atribuem ao homem a elevação da temperatura média do planeta quanto aqueles que atribuem a um novo ciclo de longa duração, provocado por alterações nas emissões eletromagnéticas vindas do sol. Quem está com a razão? Neste momento esta pergunta é irrelevante, o ponto focal deveria ser o reconhecimento científico de que o questionamento e a dúvida são os impulsionadores do avanço da própria ciência, enquanto que o consenso cerceia o avanço do conhecimento. Retornando às questões das fontes e das narrativas, a História enquanto área do conhecimento humano passível de ajustes e correções de interpretação ao longo do tempo, aguarda sempre por novas descobertas, novas fontes primárias, novas análises que se apresentem como fontes secundárias e assim o conhecimento tem avançado. A ciência contemporânea segue em busca de certezas consensuais e aparentemente cala e invalida as vozes contrárias. As empresas de fact-checking assumem a posição de interpretadores da realidade e fiscais da verdade. Enquanto isso a história da Terra segue pouco conhecida e muito especulada, suas fontes primárias estão à vista dos homens de ciência, as secundárias aparentam ser propriedade privada de grupos privilegiados e finalmente, os veículos publicam notícias assombrosas e que se tornam sucessos midiáticos, atendendo aos seus interesses e de outrem. Quem são os donos das fontes de pesquisa? A quem todo este espetáculo interessa? Quem são os novos Rockefeller? A quem servem os veículos de informação (ou de desinformação)? Com a palavra “aqueles que tem olhos de ver”… Uma breve citação: “Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se convence que os mortais não podem ocultar nenhum segredo. Aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos: nós nos traímos por todos os poros”. (Sigmund Freud)

  • Um povo entre Cila e Caríbdis

    A encruzilhada que aflige os venezuelanos Em uma passagem do livro Odisseia de Homero , o protagonista Odisseu (Ulisses em sua versão romana) e seus marinheiros precisam fazer a opção entre passar por Cila ou Caríbdis, trata-se de uma escolha pelo mal menor, uma vez que, ambos os monstros marinhos eram impossíveis serem derrotados pelos tripulantes e seu líder. Cila era um jovem linda pela qual Glauco , ser marinho, se apaixonou, não conseguindo o amor da jovem, Glauco pede a Circe , deusa da feitiçaria que estava atraída pelo meso. Circe entrega uma poção a Glauco, alegando que, ao tomá-la Cila se apaixonaria pelo meso, entretanto, a poção transformou aquela que Circe tinha como rival em um monstro cujas pernas tornaram-se tentáculos com cabeças e bestas devoradoras de homens. Cila isola-se no Estreito de Messina, local em que encontrar-se-ia com a embarcação de Odisseu. Glauco nunca mais a viu e também não procurou mais Circe. Caríbdis , por sua vez, era uma ninfa que investiu contra Herácles (Hércules em sua versão romana) quando tentou devorar o rebanho que o semideus conduzia, apesar de lograr devorar algumas cabeças de gado, a ninfa insatisfeita tentara contra o herói mítico, mas Zeus a fulminara com um raio, atirando-a no mar. Caríbdis tornou-se um gigante monstro que devorava água no Estreito de Messina na forma de um grande redemoinho. Na obra de Homero, Odisseu teria que escolher passar por um dos monstros, tendo optado por ariscar-se perante Cila, pois acreditava, com razão, que podia perder alguns homens ao serem devorados pela besta mitológica, entretanto, Caríbdis devoraria toda a embarcação e seus tripulantes, sendo uma escolha na qual o herói fez a opção pelo menor dos males. Cabe entender como se desenha o cenário político da Venezuela para avaliar se há uma alternativa ou se nossos irmãos sul-americanos estão, assim como Odisseu, entregues a sorte de cruzar o Estreito de Messina. Foi considerado improcedente o pedido feito ao Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela para que fosse realizado um referendo revogatório do mandato do ditador Nicolás Maduro, que se intitula Presidente para criar a falsa ilusão de que tal país vive em uma democracia, não é o único a valer-se de tal artifício, posto que, na China o termo para definir o líder do partido único é o mesmo. O referendo revogatório tem como objeto afastar do poder o “Presidente”, como ocorre no chamado recall nos Estados Unidos da América, em que o povo é chamado à votação para, se entender cabível, retirar do poder o mau governante. No caso da Venezuela o processo é coordenado pelo CNE que, como todo órgão do país, está totalmente nas mão dos revolucionários asseclas do ditador. Nada muito distante do que observamos na justiça eleitoral de seu maior vizinho, também tomada por progressistas. Tal órgão venezuelano estabeleceu que para convocação do referendo era necessário colher a assinatura de 20% do eleitorado, algo próximo de 4,2 milhões, sendo colhidas apenas 42.241 , menos de 1% dos eleitores. Considerando que o Governo daquele país controla os meios comunicação e que o período de coleta de assinatura foi de doze horas, sendo divulgado apenas com cinco dias de antecedência . O processo nada confiável , como tudo que ocorre sob a égide de uma ditadura, acaba tendo o propósito de legitimar o governo totalitário de um tirano, ainda que seja fácil verificar que é tão somente uma fraude usada por aquele que ocupa o poder para dar uma roupagem de apoio popular. Uma pseudolegitimação que ratifica o quão nocivo é o governo daquele país e sua falta de escrúpulos para manter-se no poder, parece ser a regra da esquerda. No tocante à coleta de assinaturas, em que pese argumentem que o curto lapso temporal e a falta de divulgação foram fatores preponderantes, o que não há como negar. É necessário analisar uma outra possibilidade de poucas pessoas terem apoiado tal movimento. Pode não ser muito inteligente, ou seguro, firmar um documento que ficará disponível ao ditador e seus aliados, seria como colocar o seu nome voluntariamente em uma lista de “convidados” para campos de concentração ou no livro da ficção japonesa Death Note . No contexto brasileiro, seria como pedir que moradores de uma área sobre o controle de uma organização criminosa, tivesse que se expor para pedirem a prisão do chefe da mesma. De fato, o país se encontra controlado pela narcoguerrilha socialista, tendo o tráfico de entorpecentes o controle total sobre a nação, inclusive entre os militares. Poder-se-ia constatar que trata-se de um narcoestado , no qual seu ditador não está longe da figura de um chefão do narcotráfico fluminense ou paulista. O que já é percebido por outros governos . Não seria loucura dizer que um cidadão venezuelano teria o temor, mais que justificado, de assinar um pedido no qual se manifesta pela retirada do narcoditador e que será entregue aos aliados do mesmo. Em verdade, seria uma forma de facilitar que os agentes do governo e suas guerrilhas associadas pudessem perseguir indivíduos descontentes o suficiente para expor sua insatisfação, o que, em um sistema socialista, é algo mais que comum. A alternativa ao ditador parece vir pelo líder de oposição, talvez não seja o termo adequado, Juan Guaidó, a representação do monstro mitológico Cila, pois nada mais é que um político membro de um partido que integra a Internacional Socialista, ou seja, por mais que pareça a salvação, em relação ao seu suposto antagonista Nicolás Maduro, o Caríbdis da tragédia venezuelana, tudo indica se tratar de um teatro de tesouras entre o Foro de São Paulo e a Internacional Socialista, para manter o povo daquele país sem opções, fugindo para os braços daqueles que, em comum acordo, os açoitam e fingem lhes afagar. Além das violações de direitos humanos, das práticas nefastas de censura e monopólio das informações, o povo da Venezuela se vê refém de uma associação entre duas forças que convergem na busca pela implantação de um sistema doentio que está fadado à trazer miséria e destruição ao seu país. Uma nação subjugada por monstros da pior espécie, um que parece menos mortal, mas que no final trará a destruição. Que os rumos da Venezuela possam se afastar tanto de Caríbdis quanto de Cila, para que aquele povo possa se ver navegando livre pela história. No momento, nos resta orar por uma solução, já que os venezuelanos parecem ser prisioneiros em sua própria terra, impotentes contra um mal tão gigantesco e orquestrado. Nós, como meros espectadores de uma atroz realidade, não sabemos o que fazer para ajudar aquele povo. “Apesar da minha raiva eu continuo sendo apenas um rato em uma gaiola Alguém dirá que o que está perdido nunca pode ser salvo Apesar da minha raiva eu continuo sendo apenas um rato em uma gaiola” The Smashing Pumpkins - Bullet With Butterfly Wings Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania  Vol. I N.º 04 - ISSN 2764-3867

  • O Amor: uma história antiga na Constituição da República

    Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol.1 Nº 3 Apolo andava muito envaidecido de seus dotes e façanhas, afinal, possuía os dons da medicina e da música, além disto, havia morto Píton, a serpente gigante, com uma das flechas que trazia em sua aljava. Ao terminar este prodígio, avistou Cupido, deus que se mantinha criança pela vida a fora e, naquele momento, polia suas lindas setas. Tomado pela soberba, Apolo disse-lhe: - As flechas não são brinquedo de meninos! São armas para os poderosos que, como eu, são capazes de matar até mesmo temíveis gigantes! Cupido sentiu-se apequenado, injustiçado, afinal dedicava sua vida a flechar as pessoas, aos pares, para que se enxergassem mutuamente, se entregassem uma a outra e pudessem viver o amor, em plenitude. Usava flechas de ouro, finíssimas e de pontas ainda mais finas para não causar dores em seus alvos. Tinham a divina missão de encher os pensamentos de sonhos, aguçar a sensibilidade das pessoas para que percebessem o colorido das flores, o afago da brisa, dentre outras belezuras da vida, enfim: espalhar esperança e felicidade pelo mundo. Apolo relegara a função de unir, através do amor, a um patamar inferior, a arrogância lhe dizia que ter sido capaz de matar a serpente mostrava o quanto ele era poderoso, viril, sentiu-se mais orgulhoso deste feito do que de seu próprio dom de curar as pessoas através da medicina. Cupido estava inconformado com o desprezo e decidiu encontrar um meio de mostrar, ao seu egocêntrico companheiro do Olimpo, o valor do amor. Neste instante, viu, ao longe, a linda Dafne que bailava distraída na beira do rio. Sacou de sua aljava uma seta diferente, com ponta de chumbo arredondada, e disparou-a sobre o corpo da ninfa. O disparo foi certeiro, atingiu o coração de Dafne exatamente no ponto de confluência das linhas do amor, rompeu o laço que as unia e espalhou-as. Pesada e de difícil penetração, a seta rasgou a pele e os músculos, fez sangrar o coração da ninfa, mas Cupido instantaneamente a curou com seu olhar amoroso. Ela não percebeu a alteração que se operara em si, a flecha divina lhe era invisível, mas cumprira seu destino. Em seguida, Cupido atirou, sobre o corpo de Apolo, uma de suas leves flechas de ouro de finíssima ponta. O deus sequer notou que havia sido atingido por ela, mas, imediatamente, seus olhos enxergaram Dafne e sua beleza irresistível. Foi, de imediato, tomado pelo sentimento de bem-estar, admiração, desejo, propósito de proteção, dedicação e paciência, queria aninhá-la em seu colo. Dirigiu-se à Dafne para dizer-lhe o que sentia, mas foi, surpreendentemente, repelido por ela. A ponta de chumbo havia produzido seu efeito, Dafne havia se tornado incapaz de receber e dar amor. Apolo insistiu, seguiu a ninfa pedindo-lhe que recebesse seu amor. A recusa foi implacável e Dafne começou a correr para afastar-se, mas Apolo a seguiu, quando estava prestes a ser alcançada, a ninfa pediu a seu pai que lhe mudasse forma, não era capaz de amar e ser amada. Para respeitar-lhe a vontade, seu pai o rio-deus Pneu, a transformou em um belíssimo loureiro, de abundante folhagem, tronco rígido, coberto de vigorosas cascas e raízes profundas ficadas à margem da correnteza do rio seu pai. Desolado com a escolha feita por Dafne, Apolo adotou as folhas de louro como adorno para sua cabeça e para sua aljava, dedicou-se aos trabalhos da medicina com inteiro devotamento à cura das pessoas, agora conseguia enxergar a beleza que vivia em cada uma delas e tratava de preservá-la. Ao final do dia, cansado de distribuir tantos bálsamos medicinais para curar os seres humanos, se recostava no tronco do loureiro, sob sua sombra, dedilhava lindos sons em sua harpa encantada e entoava belíssimas canções de amor. Sua música enternecia de tal modo a quem ouvia que até as nuvens choravam. Apolo tentou aplacar o amor que ardia em seu coração aplicando em si mesmo seus bálsamos medicinais, nenhum funcionou. Desistiu e dizem que a cada dia que se recostava no loureiro para tocar harpa o deus estava mais belo, gentil e sua música ainda mais encantadora. O resultado evolutivo, mais atual, da tentativa de mantença da fruição do amor fraternal na civilização humana é o sistema normativo constitucional, ele cria o Estado e organiza a convivência humana. A Constituição é um ajuste de interesses para preservação e fomento da fraternidade humana, da liberdade, e dos deveres de desenvolvimento nacional. Se organiza sob a forma de conjunto de competências e atribuições, fundadas na Justiça, dignidade e trabalho para o desenvolvimento humano e do país. O amor fraternal se expressa positivamente, na Constituição Brasileira, através destes princípios e se constitui em objetivo de Estado, força normativa de agregação político/social. Impositivamente, deve inspirar o funcionamento do Estado, afeta os agentes públicos e os cidadãos. A Constituição recebe cada membro do grupamento social como parte indivisível do todo e, simultaneamente, garante a liberdade individual, fixando os limites de seu exercício para possibilitar a auto realização no ambiente do Estado. Os deveres de desenvolvimento nacional e promoção do bem de todos, indicam a direção de todo movimento do Estado, os demais objetivos, indicados no artigo 3º da Constituição de 1988, são meios a serem seguidos para alcance destas duas finalidades. São o ponto de convergência de todas as linhas de trabalho público e de exercício da cidadania, simultaneamente, são os valores inspiradores do amor fraternal sobre o agir público. É por causa deles que os agentes públicos, têm o dever de ação fundada no plano de promoção do bem de todos, artigos 1º e 3º da Constituição. Os Objetivos de Estado se impõem às interpretações normativas, que fundamentam as decisões judiciais e as vinculam ao dever de não contradição com o texto literal das normas Constitucionais e à ordem sistêmica do direito posto. Outrossim, se impõem sobre a atividade administrativa Estatal cujos atos somente são validados pela Constituição se estiverem vinculados à promoção do desenvolvimento individual e coletivo planejado e esquematizado pelo sistema normativo. As Constituições precisam especificar quais são os valores normativos referenciais do amor fraterno, para construção de um Estado mais seguro do que o Estado de direito, o Estado Humano, porque os instintos humanos só habilitam o homem para uma convivência social de pequeno número de pessoas. Para que o amor fraternal seja possível em grupos muito numerosos a legislação precisa criar condições e orientações fundadas nos comportamentos aprendidos ancestralmente. O amor instintivo existe no ser humano, hoje, com o mesmo formato em que ocorreu nos grupamentos humanos originais, restrito a um pequeno número de pessoas. O amor fraternal extensivo a todos os seres humanos só é possível através da aprendizagem. Talvez seja este o fundamento da fala de Cora Coralina de que “bondade também se aprende”. Os grupos humanos iniciais do paleolítico possuíam um chefe em quem os integrantes tinham plena confiança, porque compartilhavam com ele os instantes do dia-a-dia e testemunhavam seu propósito de condução do grupo à realização do bem de todos. A convivência física diária dos membros do grupo, unidos em razão de trabalhos específicos do interesse de todos, como a alimentação, por exemplo, era o testemunho pessoal da cooperação de cada um para o bem comum. Este ambiente era propício para o florescimento do amor recíproco e legitimação das decisões do chefe. As restrições comportamentais abstratas foram sendo aprendidas ao longo do tempo com a ampliação do número de integrantes destes grupos e com a necessidade de inter-relação entre eles. A premência era de que, nesta conjuntura, alguém desgarrado do grupo não sobreviveria. Foi o conjunto de aprendizados pontuais, casuísticos, que formou a cultura, possibilitou a civilização humana e formou a noção de moralidade. A moralidade que vivemos hoje é um comportamento aprendido pelos nossos ancestrais e transmitidos ao longo das gerações. Ocorre que os grupos aumentaram muito o número de integrantes, e isto provocou duas rupturas fundamentais que afetam a fruição instintiva do amor recíproco nos ajuntamentos humanos: primeiro, a perda de objetivos concretos específicos comuns que a todos vincule com a mesma potência e, segundo, a impossibilidade de convívio físico, diário, entre todos os integrantes do grupo. Este é mesmo o ponto em que a flecha de chumbo de ponta arredondada de Cupido rompe o laço e desagrega todas as linhas do amor instintivo, tal como fez em Dafne. A falta de objetivos concretos específicos, pontuais, diários e prementes, continuadamente comuns, diminui a solidariedade. Diminui também o tempo de partilha dos instantes da vida, de convivência física. O afastamento físico enfraquece a confiança no outro porque se perde o testemunho do dia a dia. As constituições atuais têm a função de criar vínculos para suprir o distanciamento social interno provocado pela perda de objetivos comuns e perda de convivência diária entre os integrantes dos grupos humanos. Para manter a agregação sócio/política do grupo à Constituição traça um plano e esquematiza o modo de agir no ambiente do Estado através dos fundamentos e objetivos de Estado. Estes buscam reforçar o aprendizado do amor fraternal, garantir que seja extensivo a todos os cidadãos, em especial a quem não se conhece pessoalmente. Para suprir a quebra de confiança, que nascia espontaneamente do testemunho diário das ações do outro e legitimava a ações e decisões do chefe do grupo, cria-se, no Estado constitucional, o dever de ação estatal inteiramente vinculada aos objetivos de Estado, nomeadamente aos objetivos de desenvolvimento nacional e de promoção do bem de todos. A Constituição reforça essa busca de confiança com a instituição de penalidades para quem descumprir estes deveres. Para que esta ordem Constitucional funcione como agente agregador e de fruição do amor fraterno, exige, como pressuposto, a credibilidade na força vinculante do comportamento aprendido, através da informação, ancestral, de que prosperam os grupos que vivenciam a honestidade e a lealdade. Os objetivos de Estado só garantem a fruição do amor fraternal na sociedade se os seres humanos que interagem no ambiente público tiverem realmente aprendido a lição da História de que a prosperidade se ergue sobre a verdade, lealdade e a vinculação espontânea à realização do bem de todos. Sem esta disposição interna do ser humano, os objetivos de Estado não conseguem atar as linhas do amor fraterno que se revelam através dos objetivos de Estado. Como os integrantes da sociedade atual não partilham os instantes de seu dia a dia com os decisores e agentes do Estado, sua confiança, neles, depende da credibilidade de que se movem sobre o propósito de promoção do desenvolvimento nacional e da promoção do bem de todos. Os pontos convergentes das linhas de amor fraterno, na Constituição, destinam à agregação sócio/política. Ocorre que quando os resultados da atuação pública não se refletem em melhoria concreta, visível, vivenciável, praticamente, pelo grupo, a confiança da população na vinculação das autoridades públicas, ao dever funcional de cumprimento dos objetivos de Estado, desaparece. Sem confiança, o amor não floresce, suas linhas não se encontram para formar laço, a agregação social é impossível. A falta de confiança na força vinculante dos objetivos de Estado, sobre a atividade dos agentes públicos e a imobilidade no curso de desenvolvimento sócio/político/econômico, retiram a legitimidade dos decisores políticos. A ineficiência dos decisores públicos em dar efetividade aos objetivos estatais quebra a confiança nos agentes do Estado e, como confiança é condição para fruição do amor fraternal no ambiente do Estado, a tendência de desagregação se impõe. A desconfiança sobre a vinculação, das ações dos Poderes públicos, aos objetivos fundamentais do Estado, equivale à soltura das linhas de amor no coração de Dafne. O desastre sobre a capacidade constitucional de dirigir o grupo humano ao crescimento e bem-estar é inevitável. Talvez, relembrar os valores, aprendidos ancestralmente, de caridade humana, honestidade e lealdade, que informaram a prosperidade dos grupos humanos iniciais, seja um sinal da direção a seguir. Apolo, mesmo sendo o deus da medicina, não encontrou bálsamo capaz de aplacar o amor, porque amor não é enfermidade, é, em si, o mais poderoso bálsamo, a medicina maior, a cura da vaidade da arrogância que apequenavam o deus. O testemunho de Dafne revela que doença é a falta de amor, é ela que enrijece, aprisiona, imobiliza, mesmo que o rio da vida corra vivamente a seus pés, quem não é capaz de amar, igualmente, não é capaz de mergulhar, de navegar sobre ele. É possível que esta mesma lógica se aplique à quebra de confiança porque, talvez, o empenho de maior força no cumprimento dos objetivos do Estado, incondicionalmente, não represente prejuízo para os interesses individuais ou grupais, talvez seja, de fato, a solução que traz os melhores benefícios para todos. Nesse tempo presente, de tantos Apolos orgulhosos do poder de matar serpentes, tempos de linhas de amor despregadas por setas de chumbo, de tantos enrijecimentos e imobilidades causados pelo desfazimento do laço destas linhas, tempos em que os objetivos fundamentais do Estado são tão aviltados pelos interesses individuais, penso que precisamos desesperadamente de amantes. Precisamos dos Apolos alvejados pelas flechas de ouro, a curar as pessoas com seus bálsamos medicinais, a tocar harpa, entoar canções de amor capazes comover o mundo. Tomara que sua linda cantoria comova também Cupido, e o faça reatar as linhas da confiança rompidas no coração da Constituição da República, pela atuação indevida na atividade pública. Oxalá o deus faça, com elas, um lindo laço de amor fraterno, afinal, o povo brasileiro não merece a mesma desdita do deus da medicina: amar sem ser amado. Deus nos ajude!

  • Sugestões culturais

    Caderno Variedades da Revista Conhecimento & Cidadania Filme: Estrelas além do tempo. Em um momento histórico dominado pelo preconceito e o racismo, Um Grupo de mulheres dão uma verdadeira lição de poder humano com uma postura virtuosa em um contexto extremamente desfavorável, elas, mesmo com todos o modelo social, contra, com uma resiliência admirável, tornam-se as heroínas da nação Americana, liderando um dos maiores projetos tecnológicos da N.A.S.A. Uma pérola que vale muito a pena conferir e divulgar. Não deixe de assistir! Dica musical Pachelbel – Canon In D Major. Best version Artista: Kanon Orchestre de Chambre, Jean-Francois Paillard Dica de leitura: Dez leis para ser feliz - Ferramentas para se apaixonar pela vida Seu autor dispensa apresentações. Augusto Cury, escreve neste livro de bolso, pequenas orientações para seu crescimento pessoal, e lança um olhar para o interior humano. Reflexão: Marco Túlio Cícero, orador e filósofo romano.

  • A Grande Torre de Marfim

    Antes de tudo, é preciso falar sobre um país autoritário de grandes dimensões situado no outro lado do mundo, cuja costa leste é banhada pelo oceano pacífico. Claro que o leitor pensou na China, ledo engano, posto que, tais características também se aplicam a Austrália. A terra dos cangurus parece ter sido tomada por uma espécie de pânico que beira à demência, além de confinar os recém-chegados, adota postura extremista, como a que se traduz no diálogo entre uma cativa e um agente do governo em um dos campos de isolamento , “ A mulher afirma que as regras não fazem sentido e o funcionário responde que elas não precisam fazer sentido , já que todos os locais precisam ter regras e aquelas são as de lá”. Em ralação ao tenista número um do rank, Novak Djokovic , o governo local não se limitou ao autoritarismo, mas, com requintes de perversidade, demonstrou-se menos confiável que criminosos. Autorizando a participação do referido atleta em um torneio mesmo ante a recusa de vacinar-se para, depois do desembarque, o sequestrar com o fim de constranger-lhe à submeter-se ao experimento. Na verdade, o atleta foi feito refém com o fim doentio de que dobrasse ao desejo dos senhores daquele país e uma horda de pessoas movidas pelo pânico e pelo sentimento de aceitação. Por sorte, o atleta manteve-se firme e a Justiça daquele país parece não ter sucumbido totalmente à loucura. Mais presos que o tenista sérvio estão aqueles que aplaudiram a postura totalitária do governo australiano ou lamentaram a decisão de um magistrado lúcido daquele país. Estão aprisionados em uma cela que não pode ser aberta tão facilmente. Trata-se de uma prisão muito mais cruel que qualquer construção, pois, captura a consciência não o corpo, mantém o indivíduo acorrentado em seus pares, juntando-o e colando-o como se fosse um tijolo em um muro. Sim, como naquela música na qual uma banda de rock inglesa questiona a lavagem cerebral de alunos, embora tal grupo contava com um membro que é a tradução da hipocrisia, o mesmo teve seu pai morto na Segunda Grande Guerra por um regime totalitário e atualmente faz coro, ou vista grossa, para quem governa o povo através da força e da desinformação. Mas isso é uma longa história. Voltando aos aprisionados que dispensam grilhões, na verdade possuem os mesmos em suas mentes, há quem defenda qualquer tirania por pavor ou por aceitação, tudo de forma inconsciente, entretanto, se libertar de tal prisão torna-se uma tarefa hercúlia, haja vista, a natural tendência do indivíduo em negar sua cegueira ou temer o ostracismo. A relativização da verdade é a isca fatal que leva a consciência individual para as masmorras, deixando se levar em rebanhos, pois é mais confortável caminhar no escuro acompanhado, ainda que todos estejam rumando para o Labirinto de Creta. Negar que há uma só verdade, ainda que, possam existir diversas formas de interpretá-la, é assumir que a realidade pode ser modelada conforme a vontade de uma autoridade, de uma elite intelectual, permitido crer que a grama é azul mesmo que veja-a como verde, assumindo que o sol seja fonte de frio, em que pese possa sentir o calor. Contradizer o obvio ou simplesmente assumir que a verdade deve se curvar para que o indivíduo não seja uma peça destoante de um sistema e, por isso, extirpada do todo. A chamada sensação de pertencimento. Deveria ser algo óbvio que a verdade é uma só, independente de quantas visões se tenha dela, todavia, é importante constatar que não há um senhor da verdade. Tais afirmações podem parecer, mas não são paradoxais, simplesmente pelo fato da primeira não afastar a segunda. Que a verdade é uma, não há como rechaçar, toda verdade é sim absoluta, entremente, afirmar que não existe o chamado dono da verdade tem como sustentação dois pontos. Em primeiro lugar, não há como ser dono da verdade se ela não se dobra à vontade de quem quer que seja, não sendo modelada pelo querer do indivíduo, logo, se alguém nasce mulher, mulher é. Por mais que isso lhe contrarie, é um fato e não pode ser retocado ou alterado. Em um segundo momento, dando outra interpretação, não se pode concordar que um ponto de vista seja a verdade, portanto, não há como alguém possa excluir de pronto uma visão diversa da sua, assumindo que sua janela para o mundo é o único ângulo que pode-se considerar o correto. Conclui-se que a verdade não atende aos anseios humanos e não se pode calar forçosamente as vozes dissonantes sob pena de fechar-se a janela que tem a visão pelo ângulo certo. Considerar que um grupo detém a capacidade divina de apontar a verdade é assumir que este grupo tem o poder de criar ou alterar fatos conforme sua visão, ainda que artificial, sendo os criadores da chamada pós-verdade . O poder de alienar através da informação concedeu a uma elite de intelectuais a possibilidade de enganar os desavisados acerca dos fatos, fazendo com que, cada vez mais pessoas, assumissem como irrefutáveis fontes extremamente questionáveis, entretanto, a descentralização dos meios de comunicação fez com que a Torre de Marfim ficasse cada vez mais exposta, haja vista sua incapacidade de controlar as vozes dissonantes. Os poucos que foram capazes de enxergar além das cortinas da alienação, se tornando libertos dos tentáculos, eram incapazes de despertar seus pares diante do poder dos meios usados para alienar, contudo, a já mencionada descentralização da comunicação, maior benção dos dias atuais, ainda que tenha nascido com intenções de maximizar a escravidão, teve seu rumo voltada para o bem, servindo aos que estavam de olhos abertos como canal para propagar a liberdade ainda que tardia. Quanto à Torre de Marfim, esta se viu exposta e vulnerável, logo, passou a contra-atacar, lançando mão de toda sua vassalagem, de forma homeopática, mas cada vez mais agressiva. Antes de expor suas faces é importante buscar o conceito de Torre de Marfim, mas pode-se adiantar, tal conceito será uma base para algo maior. Assinala o Professor Fernando Nogueira da Costa  que “A expressão Torre de Marfim designa um mundo acadêmico à parte, onde intelectuais se envolvem em questionamentos desvinculados das preocupações práticas do dia-a-dia. Nele, há uma desvinculação pessoal deliberada do mundo cotidiano”. A simples leitura deixa evidente uma deficiência por parte dos intelectuais que se isolam do mundo real, mas seria menos grave se tal definição fosse o conceito que buscamos atingir. Teríamos apenas algo abstrato em que alguns grupos de intelectuais saem da órbita da realidade, sendo, na pior das hipóteses um fardo para as pessoas comuns, em tese, seriam sustentados por alguma fonte dispostas a, literalmente, verter seus recursos em um sumidouro. Parece que somente o Estado seria um ser capaz de expropriar da cadeia produtiva para fazê-lo, ainda que fosse flagrante desperdício. Prover o sustento de intelectuais isolados em tal torre não parece uma boa ideia, mesmo para o Estado que dispões de recursos alheios, parece estranho que alguém queira manter um aparato improdutivo e, normalmente, de custo elevado. Mas não é bem assim que as coisas parecem funcionar. Se o isolamento dos intelectuais fosse algo pontual, ou mesmo, ocorresse com frequência mas em torres isoladas, o problema resumir-se-ia em uma decadência, mas não teria a capacidade de causar um mal maior. Imaginemos uma espécie de matriz, uma Grande Torre de Marfim, uma bolha intelectual que está tão distante das pessoas comuns que é capaz de desfrutar de tamanho poder que lhe permite impor sua utopia, mesmo que fadada ao fracasso por não ser real, sendo certo que suas pontas não se juntam, tem o potencial para controlar e aprisionar as pessoas em sua teia de mentiras. Eis a verdadeira Torre de Marfim. A colossal estrutura alva se isola de tudo e ao mesmo tempo cerca-se de suas filiais igualmente brancas, espiando a tragédia que impõem aos que não são iluminados para adentrar pelas adornadas portas e paredes de presas de paquiderme. Tais seres tornam-se cada vez mais distantes da humanidade, pois se consideram especiais, creem que são capazes de experimentar tudo de suas varandas e não entendem que, não importam o que digam, a verdade ainda se fará presente. Sob os auspícios da Grande Torre, os que garbosamente ocupam as suas filiais se consideram livres e iluminados, pois acreditam fazer parte da condução do processo, mas ignoram que em sua natureza de satélite estão presos em suas torres servindo seus senhores. Cabe questionar os métodos que a Grande Torre usa para controlar as demais pessoas, uma vez que, as torres menores parecem estar intrinsecamente ligadas, sendo as maiores mais próximas da torre mãe. Existem diversas formas e não podem ser todas catalogadas, até porque, novas modalidades seriam criadas no caso do fracasso de um. Mas no que diz respeito à metodologia, é evidente o fato de apoiarem-se em três pilares, quais sejam, o medo, o favorecimento e a desinformação, que podem ser adotados de forma individual ou em concurso. O medo pode advir de uma falsa percepção da realidade propositalmente implantada, o favorecimento poderá ser resultado de uma falsa promessa, bem como o medo pode ter como principal fator a perda do favor ora experimentado, ainda que decorra de uma mentira. Para controlar alguém pelo medo basta que o agente controlador se coloque, segundo a ótica daquele que pretende dominar, como um protetor, um garantidor. É o que, via de regra, o Estado usa para tomar a liberdade dos indivíduos, basta observar como nos países tomados pela violência é usual que somente o Estado e as organizações criminosas tenham armas a sua disposição, deixando o cidadão, indefeso, totalmente dependente do poder público. Por outro lado, temos o favorecimento, a hipótese em que o indivíduo acredita ter uma posição de vantagem que não é resultado de seu esforço, na grande maioria das vezes ele tem razão, logo, seu senhor lhe concede vantagens em troca de sua liberdade, muito comum nos sectos de intelectuais ou grupos de minorias, nos quais, renegar as pautas custar-lhe-á o ostracismo e a perda de benesses. Grande parte das autoridades temem perder o favor que lhes é conferido pelo Estado e pela sociedade como um todo, usufruindo de seu status de poder e servindo aos fins mais sórdidos, mesmo tendo consciência de sua existência abissal, prefere gozar de uma vida de luxos a se opor à besta, sabe que está vivendo em uma zona de conforto ainda que na sombra do monstro, mas teme perder suas benesses, ou pior, tornar alvo da fúria da criatura nefasta que serve. A desinformação talvez seja o método mais eficiente, podendo ter resultados autônomos ou o poder de gerar medo e favorecimento, a capacidade de incutir o pânico nas pessoas pode ser tanta que elas estarão sujeitas a renunciar de suas liberdades, até mesmo a lógica é deixada de lado em momentos de desespero. Como fazer com que tais métodos cheguem a todos? A melhor forma é a desinformação, que assim como os demais métodos, só é eficaz quando não há oposição real. Se alguém é incapaz de insuflar o medo do coração dos outros, não há como usá-lo ao seu favor, imagine um indivíduo portando uma faca tentando impor sua vontade aos demais membros de uma comunidade através do medo, porém, seus pares possuem armas de fogo. Sua intimidação será algo ineficaz, logo, ele precisa fazer com que os indivíduos se desarmem, como impor é impossível e pedir pode não fazer efeito, a opção seria afirmar que tais equipamentos representam um perigo tão grande que o ideal seria que todos dispusessem do armamento em nome de uma segurança coletiva. Se isso não funcionar, pode invocar dados falsos de uma comunidade distante ou dados verdadeiros interpretados para servirem seus objetivos, bem como, pedindo àqueles que acreditam lhe dever favores que venham a aderir o desarmamento. Aos que se recusarem a entregar suas armas, restará rotulá-los como violentos, para justificar uma boa campanha de ostracismo resultará em mais adesões. Coincidentemente é o que estão fazendo com aqueles que questionam as “vacinas experimentais”. O favorecimento também tem seu calcanhar de Aquiles, se o alvo da intenta acreditar que não tem nenhuma dependência em relação àquele que pretende o dominar, não se curvará ao mesmo, daí surge a desinformação para alegar que tal dependência existe. Nos casos de assistencialismo é comum um governante alegar que sua queda do poder importará na perde de determinado benefício, bem como, alegar que a ascensão de outrem ao poder resultará em demissões, algo muito comum nas estatais. A fraqueza da desinformação é justamente ser exposta e desmentida, o que pode ser feito se aquele que se opõe tiver um canal para se comunicar, agora fica claro a necessidade que a Grande Torre tem no que tange à censura de seus opositores. O controle dos meios de comunicação é essencial para manter cativar, no pior dos sentidos da palavra, a consciência do indivíduo, mas a mentira não pode se sustentar quando há uma oposição, por isso, vale de tudo para calar quem tenta expor as vicissitudes da Torre de Marfim, não se pode permitir que o templo dos intelectuais alienados perca suas fundações e, por isso, justificar-se-á quaisquer ataques aos que despertaram, para que não tragam luz aos adormecidos. O papel da mídia e dos artistas cooptados pelos tentáculos da Grande Torre cumprem a missão do Flautista de Hamelin sequestrando as mentes através de sua sedutora, e cada vez mais vulgar, arte, atraindo para a escravidão. Ao representar personagens carismáticos, as figuras dos famosos passam a fazer parte das vidas das pessoas que associam tais personagens ao seu intérprete, logo, nasce um gatilho para que aquela pessoa possa comunicar-se com um certo grau de identificação que não é natural, sendo o reflexo da relação entre a obra ficcional e o receptor dela. É comum que as pessoas deem maior atenção aos que conhecem e tendem a depositar no artista a impressão que tiveram da personagem a qual ele “deu vida”. Não por acaso a publicidade recorre ao artifício para alavancar vendas, mesmo que, em uma lógica normal, seria mais indicado um dentista promovendo um determinado enxaguante bucal, é comum que artistas o façam e angariem maior atenção do público. A Torre percebendo tamanha fragilidade, precisa aprisionar os artistas para usar de seus talentos, mesmo que sejam mais uma mentira, pois, utilizará o “canto da sereia” como forma de convencer os menos informados tendo ainda maior alcance na mensagem que pretende disseminar. A simpatia que o receptor tem pela personagem transmite-se ao seu intérprete, dando credibilidade, ao menos na mente do indivíduo, à mensagem que se pretende passar. O poder seduz e corrompe, daí a supervalorização de determinadas figuras, que, nos mesmos moldes das autoridades, ficam inebriados com a suntuosa vida que aproveitam, de forma que, deixaram de importar-se com as ditas pessoas comuns se isso significar a manutenção do status quo. Comove-se toda uma rede de indivíduos influentes para que transmitam a mensagens originada na Grande Torre, fazendo que cada um torne-se uma espécie de repetidora, difundindo aquilo que a besta maior pretende. Assim, uma pequena elite é capaz de manobrar uma imensa massa de pessoas, inserindo suas teorias dissociadas da realidade no seio da sociedade de forma pulverizada e gradual. Os termos cunhados pela elite acabam por se espalhar pelo imaginário do cidadão que, mesmo sendo avesso à ideia espinhal, acaba por assimilar de forma superficial e, portanto, acatando a essência daquilo que pretende-se implantar. Tal qual uma pequena semente ingerida com o fruto, mas que tem a capacidade de germinar no interior do organismo. Aliciar os meios artísticos tornou-se um meio muito eficaz de propaganda, a Alemanha Nazista conseguiu acentuar muito tal método, mas isso também pode falhar, posto que, a informação descentralizada escancara o abismo que existe entre personagem e intérprete, expondo ao público de uma forma geral que determinadas figuras públicas não guardam quaisquer semelhanças com aquilo que transmitem. Falar contra o sistema, por outro lado, resulta no ostracismo daquele que se insurge, adotando-se medidas que possam causar prejuízos reais. Qualquer um que não sejam uma repetidora tornam-se imediatamente alvo do que vulgarmente chamam de cancelamento, mais um termo cunhado para determinar um comportamento, que na verdade é algo orquestrado, envolvendo artificies da Grande Torre. O recente caso envolvendo outro atleta, Maurício Souza , que após se manifestar contrário a uma pauta progressista foi demitido de clube em que jogava por pressão de duas grandes empresas, a Gerdau e a Fiat. Estes tentáculos da besta, de forma asquerosa, cumpriram seus papéis, não só causando prejuízo ao atleta, mas dando um claro recado a qualquer um que pense em se opor as pautas que defendem. Não apenas as duas empresas citadas fazem parte do jogo, são sim desprezíveis, mas não agem sozinhas, pois, a Grande Torre sabe que suas mentiras não são capaz de sustentá-la, logo, utiliza uma grande rede de apoiadores, que, de forma voluntária ou pressionadas pelos métodos já mencionados, não exitarão me fazer parte da empreitada pútrida. O caso Maurício Souza e Novak Djokovic, por sua vez, apontam outra fragilidade do sistema, ambos tem sua estabilidade garantida pelo status que alcançaram, o atleta brasileiro por mais de uma vez foi considerado o melhor em sua função entre seus compatriotas e o sérvio é atualmente considerado o melhor do mundo. Podem sim ser alvo de perseguições e ostracismo, mas sabem que não chegaram onde estão se fiando em um castelo de cartas fajuto que pode ser facilmente derrubado, os atletas estão conscientes que fizeram por merecer seu status e, por isso, nada devem ao sistema que tenta-lhes controlar. Outros nomes influentes, cujo sucesso não está ligado ao esforço ou talento, mas ao apadrinhamento, sabem que qualquer indivíduo medíocre pode ser alçado a sua condição por uma rede, podendo ser facilmente retirado de seu posto e substituído, já que, não chegou ao seu status por mérito mas por favorecimento, sabe que, ao contrariar aquele que o domina, tornar-se-á um brinquedo inútil e irá para a lata do lixo, sendo substituído por alguém que aceite servir a besta em troca de uma vida de luxo e glamour. Observe quantos são os influenciadores que nada tem a oferecer mas que são abraçados pela mídia, quantos deles poderiam ser substituídos sem nenhum problema por voluntários em um show de talentos, é muito fácil constatar as figuras falsas, por isso mais controladas, que foram inseridas nos meios de influenciar e como elas são incapazes de se insurgir contra quem realmente os comanda, bem como, são suscetíveis às pressões  de seus pares e externas. Os atletas citados, tanto o sérvio quanto o brasileiro, se não tivessem taleto para conquistar seus títulos seriam devedores em relação àqueles que os teriam criados, não podendo lutar contra suas pautas. Por outro lado, as embalagens vazias, que nada tem a oferecer, dependem da aceitação do dominante para que permaneçam em seu lugar, não podendo enfrentar o sistema. Embalagens vazias estão sendo cada vez mais utilizadas para propagar conteúdo, humoristas que não fazem rir, cantores que tem como única utilidade promover uma pauta, influenciadores que nada tem a dizer e outros tantos. A alternativa é sem dúvida uma jogada de mestre, pois, como qualquer embalagem vazia é facilmente substituída, não tem conteúdo, torna-se refém da vontade de seus mestres. A descentralização das informações fez com que parte dos indivíduos percebessem a enorme distância entre o influenciador e quem são na vida real, muitos puderam ver como as embalagens vazias chegam a fama sem quaisquer dons especiais, apenas por se sujeitarem ao papel de torre repetidoras. Isso fez com que muitos, ainda que enaltecidos pelo mainstream , que nada mais é que a teia da Torre de Marfim, perdessem a capacidade de “encantar a plateia”, algumas pessoas viram o perigo do canto da sereia e acordaram e, para o temor dos nobres encastelados, decidiram agir e despertar seus pares. Uma avalanche de pessoas foram as redes “livres” para anunciar suas crenças e sua visão de mundo independente daquilo que a maioria professava como verdade, sabiam que havia muitas mentiras sendo tratadas como verdade. Para muitos isso desfaria os nós da teia e libertar a todos. Não tão rápido, a Grande Torre busca sempre uma alternativa para manter acesa a chama do mal, por isso, sempre buscarão linhas auxiliares. A primeira linha auxiliar geralmente usada são as redações de jornais, mas assim como as embalagens vazias do entretenimento, os redatores da grande mídia caíram em descrédito por mentirem acintosamente, especialmente quanto à sua parcialidade. Surgem assim os especialistas, profissionais que estão dispostos a corroborar o que se pretende transmitir e ostentam uma diplomação que faz com que o cidadão, leigo no assunto, se curve a autoridade do mesmo. Juristas que admitem a criação de norma penal por força de decisão judicial podem ser um simples exemplo, em outros tantos seguimentos isso ocorrerá. Podendo ser pela convicção dito especialista casar-se com a do veículo ou por prostituir sua profissão em troca de notoriedade, aceitação ou algo ainda pior. Os meios de comunicação conclamam especialistas com visões consonantes de dua linha editorial, o que não seria absurdo se assumissem de forma explicita seu posicionamento, mas preferem fingir imparcialidade, justamente para evitar que seu alvo procure outra fonte de informação. Precisam se legitimar como os únicos que podem transmitir a verdade, apontam para outras fontes como sendo viciadas por sua ótica, mas evidentemente deixam claro sua parcialidade. Caindo em descrédito ainda com a ajuda dos especialistas, que são forjados nas universidades, ou seja, pelos intelectuais deslocados da realidade que são justamente a base da Torre de Marfim, a grande mídia se vê como um meio que segue na direção do descarte, o que se agrava quando surgem influenciadores nas redes descentralizadas igualmente vazios e dispostos a jurar servidão aos mestres que outrora alimentavam a grande mídia com luxo. Jornalistas e artistas desmoralizados olham para os jardins da Torre de Marfim, onde habitam, e contemplam um futuro em que serão despejados e darão lugar a falsos jovens com cabelos coloridos e artistas com dentes de metal, hoje muito mais eficientes em capturar a mente das novas gerações que não conseguem ler mais de um parágrafo. Os decadentes poderiam se orgulhar, afinal o estrago que se propunham a fazer está feito, levaram grande parte dos indivíduos para um pântano que não conseguem compreender, entretanto, como peças obsoletas sabem que serão atirados no lixo e engolidos pela lama do pântano. Algo digno de pena, não se consideramos os mal que ajudaram a alimentar, mas por serem seres humanos, afinal, não podemos nos igualar àqueles que temos como exemplos negativos, sendo muito melhor deixar o ódio de lado, mesmo que acusados de discurso de ódio. Nascem então as agências de checagem, tentando dar sobrevida as pautas distópicas da Torre de Marfim, pois, os que vivem na torre ou ocupam seus jardins não deixarão suas benesses de lado, ainda que por um bem maior. Estão enraizados no luxo e viciados no poder, venderam suas almas, a grande maioria nem acredita ter uma, para usufruir do conforto, sabendo ou não estão pagando a estadia. As agências de checagem, que são essencialmente a mentira, vendem a ilusão que podem ser instrumento útil no combate a desinformação, quando na verdade atuam unilateralmente para calar qualquer voz que possa se levantar contra o sistema. Não rotularam como falsa uma postagem em que determinado instituto afirmava que pessoas estavam mentindo, mesmo depois de comprovado que as pessoas falavam a verdade. A expressão fake news  fora usada para desacreditar quem falava a verdade, mas isso tornou-se algo comum e tais agências, fazendo seu papel nos planos da Torre de Marfim, perseguem vozes dissonantes rotulando-as de disseminadoras de desinformação. Não demorou muito para as tais agências de checagem caíssem em descrédito, nota-se que são patrocinadas pelas grandes redes de comunicações, por isso afirmado no início que a descentralização não ocorreu para dar liberdade, mas para exercer mais controle, porém o tiro saíra pela culatra. Surgiram grupos ainda mais radicais, que pediam boicotes ideológicos valendo-se do anonimato, como o grupo marginal que se apresenta como Sleeping Giant, marginal sim, pois a maior lei de nossa pátria veda o anonimato como forma de se olvidar de responsabilidades. Curiosamente, algumas das agências de checagem são diretamente ligadas aos grandes veículos de comunicação e outras contam com patrocínio das grandes plataformas, todas parecem fechar os olhos para descaradas mentiras, desde que, sejam ressonância daquelas emanadas pela Torre de Marfim. Talvez por isso estejam tão desacreditadas. Desmoralizada a Torre de Marfim se viu obrigada a usar a força, as plataformas deram fé às agências de checagem e passaram a remover ou alertar para postagens que tais agências indicavam ser dignas de perseguição, o que, diverso do pretendido, gerou a desmoralização das grandes plataformas de rede, pois a ação censora arrastou para o brejo as mesmas. Não há motivos para se enganar, as grandes plataformas queriam isso, apenas não acreditavam nas consequências, por isso avançam cada vez mais. Como alternativa cada vez surgem mais redes livres, que não querem impor pautas aos seus usuários e outras tantas que tem a visão contrária e pretendem sim promover a queda das torres de marfim por saber que são belas prisões e, quem sabe, conseguir destruir a Grande Torre. Após o fracasso das tais agências, que atuaram de braços dados com as “bigtech”, o sistema utilizou ainda mais força, ainda restavam os feudos e o aparelhamento estatal. Os feudos, são grupos ordenados que utilizam o sentimento de pertencimento como forma de cativar as consciências e da violência física ou moral contra quem se opõe as suas praticas. Tais grupos se apoiam em uma bengala para agir sem quaisquer freios morais e por vezes legais, São os ativistas que definem-se como representantes das chamadas “minorias”, em que pese, não sejam escolhidos pelas pessoas que dizem representar. Quando as pautas se chocam, simplesmente pelo fato de mentiras não se encaixarem, temos os maiores problemas da Torre de Marfim, não há como um marxista ferrenho admitir que o socialismo é nocivo, ou ativistas LGBT assumirem a farsa da ideologia de gênero, algo que não tem nenhuma base científica e se sustenta unicamente no querer, ou seja, no sentimento de pertencimento, mas tais narrativas tendem a colidir , não havendo uma solução para isso, utilizam-se de mais mentiras, gerando o efeito bola de neve. Os grupos que alegam representar minorias são apenas feudos, sendo seus senhores feudais vassalos daqueles que ocupam as torres, portanto, não podem desafiar o grande e entrelaçado sistema. Os “rebeldes”, resumem-se a nada mais que revolucionários que servem uma besta maior argumentando justamente que lutam por liberdade, os chamados idiotas úteis, por estarem ao serviço de um senhor que não admite ser questionado, idolatrando líderes vazios, pois estão como senhores feudais alimentando-se de seus esforços e prestando tributos aos nobres de mais elevada estirpe que os observam das janelas das torres. Conforme as torres se veem cercadas, por mais que se considerem intocadas, e contemplam pessoas sendo libertas de seus feudos, por espiarem que são prisões, precisam reagir ou também serão inúteis aos intentos da Grande Torre, está muito mais vigorosa e estável. Invoca-se o poder coercitivo  do Estado, tentando criar lei que possam dar poder legítimo às agências de checagem, ou pior, reconhecendo sua autoridade através do ativismo judicial. Sim, parece e é doentio, mas a Justiça Eleitoral está materializando o Ministério da Verdade , aquele da obra cada dia menos ficcional, 1984 de George Orwell , contando com agências logadas diretamente a empresas Globo, Estadão e Folha de São Paulo. Sei que parece uma brincadeira de péssimo gosto, mas infelizmente é a trágica verdade. De tal forma, a grande mídia e os seres avulsos com cabelos coloridos poderão livremente propagar sua versão dos fatos, negando abertamente quem se contrapõe e taxando-os como mentirosos, mas, se ainda assim preferirem a versão do outro lado, invocar-se-á os togados, nada mais que uma guarda pretoriana da Grande Torre para condenar aqueles que pensam diferente em nome de uma falsa liberdade e democracia. As torres de marfim auxiliares parecem servir prontamente a Grande Torre de Marfim, mas sempre haverá esperança, há uma tese bem fundamentada de que na verdade a Grande Torres se divide em três pilares  que buscaram controlar a besta maior, ou ainda melhor explicando, seriam três grandes torres que, em um momento, tentarão se lançar ao posto de a Grande Torre, subjugando as demais ou podendo se destruir no processo. Restando ainda a possibilidade de suas próprias mentiras derrubarem-na, pois assim como outra torre, não há como desafiar a verdade, não há como se opor a Deus, no final de tudo, o destino das Torres de Marfim, sejam elas quantas forem, será o mesmo da Torre de Babel, pois a soberba precede a ruina . A desinformação é a arma mãe da Torre de Marfim, mas como está alheia a realidade, não consegue juntar os pontos, mentiras não se encaixam, para criar a trama perfeita, de maneira que sempre haverá pontos fracos. Do alto de suas torres, os senhores não conseguem contemplar o todo, cegos pela arrogância ou apenas míopes pelo conforto de sua posição, tentarão colocar escoras para que sua torre não se siga o mesmo destino daquela erguida na Babilônia. Os que ocupam os mais elevados postos nas torres são os que mais sofrerão com a queda e, por isso, lutarão com unhas e dentes para manter o status quo  que os alimenta e, por vezes, bajula. Cair do alto da torre e ter de caminhar entre aqueles que consideram insignificantes é, sem dúvidas, uma derrota considerável, contudo, mais aterrador é perder a proteção das paredes brancas e se sujeitar ao julgo daqueles que fez de ratos de laboratório em suas experiências sociais. Um ótimo exemplo é o socialismo, que, deslocado da realidade, sempre trará destruição, entretanto, todo líder se tentará se furtar de responder pelos males que causara. Façamos a nossa parte para despertar a todos, especialmente aqueles que nos são mais caros, mantendo a esperança que temos meios para vencer a Grande Torre de Marfim que é uma prisão, não um palácio. “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Coríntios, 1, 10:13 Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania  Vol. I N.º 03 - ISSN 2764-3867

  • Formas de Governo e Sistemas de Governo

    Dando continuidade ao estudo do Estado, relembramos que podem existir três formas de Estado, quais sejam, Estado unitário, normalmente são países com menor extensão territorial, tem um poder central e não se divide em entes. Os poderes são concentrados, podendo ter cidades com certa autonomia; a confederação é a união de mais de um Estado para formar um único, cada um deles é soberano, mas fazem um acordo e criam um poder central. Este tipo de Estado é comum para evitar hostilidades ou quando um dos Estados anexa forçadamente outros. Um exemplo de confederação é a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, no caso houve anexações voluntárias e forçadas e a federação é um Estado que se divide em entes dotados de autonomia (não confundir com soberania) para facilitar a distribuição de funções. Normalmente é um país com vasta extensão territorial, precisando dividir suas funções em entes locais e regionais. O Brasil é uma federação, por isso temos entes federativos dotados de autonomia, como por exemplo os estados-membros. Para que o Estado se organiza ele precisa adotar uma forma e um sistema de governo. As formas de governo mais comuns são a Monarquia e a República. Os sistemas de governo mais comuns são o Presidencialismo e o Parlamentarismo. Cabe informar que o Parlamentarismo é compatível com a República (Alemanha, França e Portugal) e com a Monarquia (Inglaterra, Espanha e Japão), enquanto o Presidencialismo, em razão do Chefe de Estado e de Governo serem a mesma pessoa, o Presidente da República (Brasil e EUA), não é compatível com a Monarquia. O chamado “Semipresidencialismo” nada mais é que um eufemismo para Parlamentarismo no qual o Chefe de Estado (Presidente) tem alguns poderes a mais que no Parlamentarismo tradicional.

  • Sugestões culturais

    Um dos cadernos da Revista Conhecimento & Cidadania com publicações nos dias 15 e 30. Dica de Filme: INVENCÍVEL Com direção de Angelina Jolie Estrelado por Jack Oconell. O Filme é baseado na história de um piloto americano que após ficar 47 dias em alto-mar até ser capturado pelos japoneses e passar por provas muito duras. Vale muito a pena assistir! Dica de Livro: AS 5 LINGUAGEM DO AMOR Escrito por Gary Chapman O livro trata de auxiliar a vida dos casais que mesmo vivendo com muito amor, tem dificuldades de se fazer entender. Em sua obra, Gary, apresenta 5 formas de demonstras e perceber o amor. Dica de Poesia: Cânticos - XXI Cecília Meirelles O teu começo vem de muito longe. O teu fim termina no teu começo. Contempla-te em redor. Compara. Tudo é o mesmo. Tudo é sem mudança. Só as cores e as linhas mudaram. Que importam as cores, para o Senhor da Luz? Dentro das cores a luz é a mesma. Que importam as linhas, para o Senhor do Ritmo? Dentro das linhas o ritmo é igual. Os outros vêem com os olhos ensombrados. Que o mundo perturbou. Com as novas formas. Com as novas tintas. Tu verás com os teus olhos. Em Sabedoria. E verás muito além.

  • Vozes pela vida

    A verdade inconveniente Não há como ignorar uma tragédia que ocorreu no século passado, o holocausto, mas seria simples afirmar que o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães  enganou o povo ao ponto de pôr em prática o massacre sem ser percebido. Na realidade, o povo alemão defendia o extermínio de judeus abertamente, seja pela propaganda nazista ou, ainda pior, por acreditarem que judeus mereciam tal destino . Quando fazemos tal análise, observando do contexto atual, podemos supor que os cidadãos alemães eram seres servis ou cruéis o suficiente por aplaudir que pessoas fossem exterminadas por conta de sua etnia, ou mesmo, por sua fé. Alguns creditam tal atrocidade a um episódio isolado na história humana, contudo, se observarmos a Campanha das Quatro Pragas  que foi implementada na China, ocasião em que o governo comunista fez com que pássaros fossem exterminados em razão de uma propaganda que lhes atribuía a escassez de alimentos. Façamos uma breve reflexão para tentar entender como seriam tratados os defensores dos pássaros à época. Provavelmente seriam chamados de negacionistas ou promotores de desinformação pelo partido e provavelmente mortos ou presos. Lendo uma entrevista concedida pelo astrofísico Mario Lívio , o qual não podemos adjetivar, posto que, nosso ordenamento jurídico garante honra subjetiva ao mais abjeto dos seres humanos, percebe-se que o entrevistado, associado ao periódico, inverte totalmente a relação entre aqueles que calaram Galileu e os que são calados atualmente. A sofrível matéria desconsidera que Galileu, assim como aqueles que o entrevistado chama de negacionistas, fora impedido forçosamente de defender aquilo que acreditava, ou seja, no contexto da época Galileu era o negacionista, não aqueles que o calaram, posto que, tinham o poder de silenciar um cientista que quer apresentar sua tese e confrontar a hegemonia. Em verdade, o astrofísico Mário Lívio atua como um defensor de um “tribunal de inquisição” que considera louco e indigno de manifestar sua visão qualquer um que o contradiga. Podemos lembrar o caso do Padre Giordano Bruno, que antes de Galileu defendera abertamente a teoria heliocentrista, sendo queimado em praça pública em 17 de fevereiro de 1600, na cidade de Roma. Mas quando falamos de ciência, não de um grupo que se julga dono da verdade científica, deveríamos desconsiderar um indivíduo que é capaz de defender que cientistas sejam forçados a se calar em prol da ciência e ainda usa Galileu para justificar sua teoria, por isso, é imperioso citar parte da Declaração de Genebra. “Eu manterei o máximo respeito pela vida humana; Eu não usarei meu conhecimento médico para violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo sob ameaça”. Invocamos ainda o Juramento de Hipócrates, que é feito pelos médicos. “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza à perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva”. Quando se consegue convencer as pessoas que o mais adequado é calar aqueles que apresentam argumentos contrários ao que se deseja implantar, não estamos diante de uma construção científica, mas apenas de uma associação de tiranos dispostos a impor, ainda que de forma irracional, sua vontade sob as pessoas, privando-as de informações para que não possam sair de uma espécie de curral mental, aprisionando todo aquele que é considerado inferior e exterminando qualquer um que tente se levantar contra as vontades de tal grupo. Cria-se uma verdadeira caçada as bruxas, que devem ser caladas, aprisionadas ou mesmo exterminadas por serem vozes dissonantes. Ao pensar em Giordano Bruno, caberia uma reflexão. Os médicos que atualmente denunciam aquilo que consideram um risco para a saúde, poderiam ter o mesmo destino do padre, para que no futuro suas teorias fossem confirmadas, deixando mais um capítulo sombrio na história da humanidade. Se parece espantoso a comparação com o nazismo ou qualquer outro regime totalitário capaz de exterminar quem ouse falar contrário suas visões, ainda que abissais, cito trecho da brilhante decisão do Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Paulo Rangel . “Outro que sabia bem incutir no povo o medo dos inimigos foi HITLER, que através da propaganda nazista, incutiu na população o medo dos judeus e dos ciganos. Era preciso aniquilá-los para se defender”. Continua o magistrado. “A fome, a guerra, a visão da peste como punição, trazendo como contrapartida a eleição de culpados (judeus, leprosos, estrangeiros, marginais), a caça aos feiticeiros e bruxas (a caça às Bruxas de Salem na década de 1690, hoje crianças assassinas), tudo sempre em nome de um medo coletivo que se teve dos inimigos escolhidos pelo sistema da época. Tudo sempre muito bem engendrado, politicamente. Quem é o novo inimigo de hoje em pleno Século XXI? OS NÃO VACINADOS. Querem obrigar as pessoas a se vacinar e em nome dessa bondade cerceiam liberdades públicas, prendem pessoas nas ruas, nas praças, fecham praias, estabelecem lockdown. Nunca imaginei que fosse assistir aos abusos que assisti”. Restou ao Prefeito da capital fluminense tentar desqualificar a decisão, usando de ironia como subterfúgio para confundir as pessoas. “Às vezes me pergunto como algumas pessoas podem aceitar que se proíba fumar no escritório, shopping, metrô… e também aceitar que seja obrigatório o uso do cinto de segurança! Será que essas pessoas não se sentem cerceadas em suas liberdades individuais? Só para refletir”. Passamos a refletir o seguinte, as pessoas sabem que o cigarro em locais fechados causam incomodo físico a terceiros, por isso, consideram normais tais proibições, sendo assim, ao fumar em tais lugares, o indivíduo sabe que incomoda e prejudica terceiros. O que não acontece com os não vacinados, uma vez que, os vacinados devem estar protegidos pelas vacinas. No que diz respeito ao uso do cinto de segurança, poder-se-ia indagar qual a consequência danosa o uso do cinto pode trazer ao usuário, bem como, por qual motivo tal aparato, se protege mesmo vidas, não é exigido em coletivos? Lembrando que coletivos não possuem air-bags nos bancos de passageiros. Também caberia o Chefe do Executivo carioca explicar como os transportes de massa contribuíram no, tão importante, isolamento social. Estaríamos diante de uma doença seletiva ou de uma ciência mutante? Talvez na roda de samba o vírus não se propague. A decisão do magistrado foi afastada pelo Supremo Tribunal Federal, que posteriormente, em uma decisão monocrática já revogada pelo mesmo prolator da decisão, institui o desterro ou banimento no Brasil, algo que é vedado até mesmo para criminosos em nossa Constituição ( art. 5º, XLVII, d ). Podemos imaginar que talvez um criminoso na Alemanha Nazista tivesse um tratamento mais humano que um judeu, o que parece ser o mesmo conceito aplicado aos não vacinados, parece que o maior crime em um país tomado pela loucura é manifestar-se de forma que contrarie os donos do poder, ou mesmo, apenas buscar viver fora do alcance de sua batuta. Mais uma vez o leitor pode acreditar que trata-se de um exagero ou uma figura de linguagem, mas basta ver o Projeto de Lei nº 5555 de 2020 , em que um Senador da República propõe uma pena de até 08 anos para que não se submeter à vacinação, submeter seus filhos forçadamente ao experimento, e para ser ainda mais sem sentido, a norma, se aprovada, permitirá a punição com igual pena para “quem, de qualquer modo, desestimula a vacinação”. Analisado a proposta podemos concluir duas coisas alarmantes, sendo a legitimação da caçada humana. O primeiro ponto que causa grande espanto é a pena máxima, que pode ser vista em crimes como a redução a condição análoga de escravo, tráfico de pessoas, constituição de milícia privada e atentado a soberania. De forma que os não vacinados seriam tratados como criminosos perigosos. O segundo fator extremamente preocupante é quando o projeto criminaliza quem desestimula a vacinação, pois, neste ponto, o legislador tenta criminalizar alguém pela opinião, ainda que verdadeira. Basta a leitura para concluir. “§ 1º - Na mesma pena incorre quem cria, divulga ou propaga, por qualquer meio, notícias falsas sobre as vacinas do programa nacional de imunização ou sobre sua eficácia, ou quem, de qualquer modo, desestimula a vacinação”. Veja que ele separa a parte em que trata da “notícia falsa”, termo extremamente controverso, daquele que desestimula a vacinação, posto que, no caso do final do parágrafo, pune-se alguém que dissemine uma informação verdadeira, ou seja, calando sob pena de reclusão aquele que diz a verdade inconveniente. O Senador, que preside a famigerada CPMI das fakenews, parece ter uma natural inclinação em perseguir vozes dissonantes, em que pese estejam falando a verdade, um verdadeiro perigo para a liberdade. Tal projeto de lei, uma vez aprovado, permitirá a perseguição aberta de todos que não se submetam à vacinação, permitindo a marcação do povo como o selo de submissão, chamado de passaporte sanitário. Profissionais de saúde que vejam nas vacinas um risco aos seus pacientes deverão se calar, sob pena de prisão. Grupos como o Médicos pela Vida , que tem sido exposto aos ataques infundados da grande mídia e de algumas autoridades transloucadas, seriam considerados como espécies de organizações criminosas, pelo simples fato de alertarem as pessoas para um risco que percebem como alarmante. Os chamados negacionistas, pessoas que os poderosos querem calar por não conseguirem afastar seus argumentos, serão tratados como marginais, se bem que, os marginais estão sendo cada vez mais beneficiados. Pode ser que o afrouxamento das condições dos criminosos seja para que as cadeias se destinem aos não vacinados e negacionistas, os novos judeus. A Província de Formosa na Argentina tem sido um exemplo do que um Estado autoritário pode fazer com aqueles que não se curvam as medidas totalitárias, mas há um caso curioso na Austrália, em que um jornal afirma não haver campos de concentração , mas não consegue afastar o totalitarismo desmedido da ação dos agentes daquele país. “A mulher afirma que as regras não fazem sentido e o funcionário responde que elas não precisam fazer sentido , já que todos os locais precisam ter regras e aquelas são a de lá”. Honestamente, confesso que imaginei o funcionário australiano trajando um uniforme da Schutzstaffel , haja vista, o argumento apresentado por ele. Mas a pecha de negacionista recairá na interlocutora do capanga da elite totalitária. Segundo o jornal, a Austrália não faz distinção entre vacinados ou não vacinados, mantendo todos em um isolamento por cerca de quatorze dias, mas durante tal período o tratamento é bem próximo de um campo de concentração. A prática de trancar pessoas por opinião ou pelo que acreditam vem se reestabelecendo em todo o mundo, basta ver o tratamento dado pelo Partido Comunista Chinês ao que estão nos campos de reeducação de Xinjiang. Tais abusos têm sido normalizados e a pandemia tem contribuído de forma incontestável para a aceleração do processo de cerceamento de liberdades. Tentar calar médicos que alertam para um possível mal e ainda coagir as pessoas a serem cobaias de um experimento, sem apresentar argumentos que possam convencê-las, mas pela força de um Estado tomado de tiranos, deveria ser uma atitude considerada estranha ou abominável, mas o pânico que foi criado pela pandemia, não pelo número de óbitos invocado incessantemente nos meios de comunicação, mas pelas restrições de liberdades impostas, medidas que apavoraram cidadãos ao ponto de vigiarem outros cidadãos, denunciando até mesmo festas em família. Condicionar pessoas para que entreguem outras aos tiranos fica ainda mais fácil quando o medo é incutido em suas mentes, levando-os a colaborar com o sistema, por pior que seja, algo típico de países totalitários . Um artifício também muito usado foi a criação, proposital, do chamado “novo normal”, fazendo com que as liberdades, incluindo o sentimento de liberdade, fossem suprimidas de forma acelerada, poucas vezes gradualmente, mergulhando pessoas em uma prisão emocional da qual queriam se ver livre à qualquer preço, reduzindo o senso crítico e compelindo a aceitar regras por serem regras, mesmo quando não faziam sentido. Digamos que o agente australiano apenas traduziu em poucas palavras o que diversos governos colocaram em prática. Uma vez aprisionado, o cidadão pode ceder algo que lhe é caro para se ver livre, basta ver quantos foram os presos que confessaram crimes que não cometeram . Por tal razão, a prisão mental em que todos se viram, enfraqueceu a moral de muitos que, simplesmente se dobraram aos tiranos por estarem ansiosos para recuperar a liberdade ora perdida. Aí reside o segredo, tal liberdade não deve ser devolvida, pois o objetivo central era capturar ela e não a saúde. Fazendo um parêntese, lembro-me de um antigo desenho animado que no Brasil recebeu o nome de Caverna do Dragão, baseado no RPG Dungeons & Dragons (nome original do desenho em inglês), a série retrata um grupo de jovens que se envolvem em inúmeras aventuras tentando voltar para casa, não debatendo a mensagem do desenho, mas o fato de nunca conseguirem o tão desejado retorno, uma vez que, sempre há um empecilho que só é observado no momento em que estão prestes a alcançarem seu objetivo. O nome da série de desenho animado é comumente associado ao lugar do qual é difícil sair, ou seja, que sempre haverá obstáculos que dificultem a saída. O cidadão, assimilando o “novo normal” que foi imposto como apenas um termo mas resultou em diversas restrições, esperava se libertar dessa realidade artificialmente criada submetendo-se aos caprichos dos mesmos tiranos que lhe furtaram a liberdade. Seguindo no “caminho de volta para casa”, aceitou as máscaras sem questionar qual era a proteção dada, lembrando que muitas eram feitas em casa sem quaisquer filtros, sendo apenas um símbolo da submissão. Evitou contato humano, deixando de ver seus parentes e de se reunir, mas utilizou transportes de massa. Aceitaram abrir mão de cultos religiosos e tiveram suas atividades suspensas, alguns perderam emprego e outros faliram, em contrapartida, assistiram a imprensa se dizer como essencial, como se o sustento de cada um não fosse essencial. Um prefeito que soldava portas de loja foi flagrado em um estádio de futebol lotado na capital do estado vizinho, mesmo, mesmo destino que o Governador de seu estado curtia uma piscina e sol, mas impunha restrições aos cidadãos. Por outro lado, questionar as vacinas premia qualquer um com o título de louco, ainda que um famosos ator tenha falecido ao ser contaminado pelo vírus após a segunda dose da vacina, bem como, um cantor de grande notoriedade tenha sido diagnosticado com a doença após a terceira dose . As vacinas eram a esperança, não científica, mas social, pois libertaria todo aquele que aceitasse colaborar com o experimento, mas, novamente existiam empecilhos, de maneira que os vacinados não puderam deixar as máscaras, continuaram sofrendo restrições e foram submetidos à chamada dose de reforço, uma terceira dose não prevista no início da experiência, tendo aceitado a constante mudança de posicionamento da “ciência”, basta ver que em um primeiro momento o Governo do estado de São Paulo rechaça uma terceira dose e, poucos meses depois, já está aplicando a tal dose de reforço . No Chile já se fala em quarta dose, entretanto, nos EUA o entendimento é que ainda não se deve utilizar uma quarta dose, sem saber os resultados da terceira no que tange à imunização, em Israel , país cujo governo parece tratar a vacinação como uma disputa internacional, preocupando-se em estar à frente dos demais, a quarta dose torna-se uma realidade, ainda que não existam dados que a justifiquem. A “ciência” entre os poderosos pode ser bem volátil, mas quem ousar questionar é considerado como um negacionista e, em breve, poderá ser um criminoso perigoso. O principal questionamento circunda à mente humana é como as pessoas têm se dobrado à tanta tirania, tendo em vista o tanto de contradições explícitas que são deliberadamente ignoradas por grande parte das pessoas, mesmo o misto de vacinas está sendo assimilado, ainda que algumas vacinas tenham tecnologias distintas, as pessoas engoliram que pode-se reforçar uma vacina com outra, graças aos estudos realizados por pessoas diretamente envolvidas com a fabricação das vacinas, trazendo a informação que seria ainda mais eficaz misturar vacinas. Recentemente a Câmara dos Deputados impôs a cobrança do passaporte sanitário aos servidores, visitantes e jornalistas, mas não exigiu que os parlamentares tivessem que se vacinar, deixando claro que se trata de uma relação de poder e não de saúde. Em um outro lado, aquele que a grande mídia não quer ver e toda a elite precisa calar, estão médicos e parentes de vítimas dos efeitos colaterais ou naturais das vacinas, que buscam alertar as pessoas para que conheçam dos resultados adversos de uma tecnologia experimental. Segundo alguns alertas as vacinas de mRNA mensageiro seriam, na verdade, terapia gênica . O maior questionamento a ser feito é justamento o motivo de tentarem calar qualquer afirmação que seja dissonante, ou seja, se não for dito algo conforme a vontade dos “donos da ciência”, a voz que se levantou deve ser silenciada a todo custo. O espantoso é ver pessoas aceitarem isso com naturalidade. Trago aqui um episódio para reflexão dos leitores, o que podemos consideram como mais uma interpretação no mínimo duvidosa por parte de quem deseja encobrir qualquer discurso indesejável, ainda que do Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde. No vídeo o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus teria dito o seguinte, “ Em vez de como nós estamos vendo, alguns países estão usando-as como doses de reforços para matar crianças ”, tendo o Twitter removido o vídeo com as legendas alegando que viola as regras da plataforma. Entretanto, ainda mais ousado foi um site Yahoo Esportes que fez uma contorcionismo para dar sua interpretação à fala do Diretor da OMS, tragicômico, mas sua versão tosca será estabelecida como verdade inconteste em alguns dias. Tentando justificar que foi dada interpretação errônea ao pronunciamento do Diretor da OMS os “ checadores ” fazem a mirabolante construção. “A OMS disse à AFP em 23 de dezembro de 2021 que Adhanom hesitou na primeira sílaba da palavra em inglês “children”, “crianças” em português. Segundo a OMS, na coletiva de imprensa do último dia 20 de dezembro, “quando [Adhanom] pronunciou a palavra ‘crianças’, hesitou na primeira sílaba, ‘chil’, e, então, soou como ‘cil / kil’”. “Então ele pronunciou a mesma sílaba imediatamente depois, e pertencia a ‘cil-children’. Qualquer outra interpretação diferente disso é 100% incorreta”, acrescentou o organismo”. Nota-se que mencionam uma captura de tela do dia 23 de dezembro de 2021, contudo, o discurso original ocorreu em 20 de dezembro, o organismo poderia ter corrigido o que foi falado. No momento da fala, o Diretor da OMS não estava lendo uma nota, como no início do vídeo. A suposta hesitação no pronunciamento não é vista no vídeo, bem como, a pronuncia da primeira sílaba de children é bem distante da palavra kill , o que é de se estranhar quando aquele que teria hesitado fez seu mestrado na Universidade de Londres e Ph.D na Universidade de Nottingham, o que faz presumir ter uma boa pronuncia em inglês, o que é perceptível no restante do vídeo. Para expor os efeitos adversos das vacinas, ou terapias gênicas, e o que está por trás de sua precoce aprovação, nada melhor que trazer uma profissional da área que está disposta a enfrentar gigantes para defender a vida e alertar sobre os riscos que as pessoas estão correndo. Há uma clara proibição, incluindo dos profissionais de saúde, no que toca aos alertas contra efeitos maléficos das vacinas, desejados ou não. Enquanto aos defensores do experimento é permitido falar, aos que se opõe é imposto a censura. Por isso, é importante conhecer todos os argumentos, inclusive destes que estão sendo calados para que a decisão seja a melhor possível. A variante Ômicron, que apresenta baixo índice de letalidade , tornou-se a justificativa para a aplicação de novas restrições, ou mesmo, uma quarta dose, o que não pode ser contestado, ainda que Portugal tenha uma grande cobertura vacinal e avance nos números de infectados. Tal cepa se tornou o empecilho para voltar ao normal, estendendo as práticas autoritárias, evitando que aqueles que se curvaram aos tiranos consigam sair da “caverna do dragão”. Ainda não entenderam que haverá o tanto de doses que julgarem necessárias para quebrar o espírito humano, que serão colocadas restrições até que a vontade seja dominada, e, que surgiram narrativas para incutir o medo e o desespero nas pessoas, escravizando-as. Novas restrições, ou as mesmas com novos adereços, serão impostas em diversos países, a exigência de passaportes sanitários e medidas de isolamento serão colocadas em prática, mesmo não tendo evitado a expansão das cepas anteriores e causando prejuízos diversos. Parece que o problema da França não é a cepa Ômicron, mas seu Presidente, o Macron. Em outro espectro, os “donos inquestionáveis da ciência” tentam criminalizar o governo brasileiro por “ ameaçar ” divulgar os nomes dos responsáveis pela aprovação das vacinas, parece que o Princípio da Publicidade , ainda que esculpido na Constituição, tornou-se anticientífico e negacionista, tendo o mesmo destino da imunidade material do parlamentar , a lixeira do judiciário. Na verdade, não divulgar os nomes dos técnicos seria omitir uma informação de grande relevância, por dois motivos, uma vez que, o responsável por avalizar um produto endossa sua qualidade, logo, quanto melhor a qualificação do profissional aos olhos do destinatário do produto, mais confiável seria o mesmo. Por outro lado, permite avaliar se o responsável pela aprovação tem interesse diverso do bem comum que possa viciar sua decisão. Não há motivos para se esconder nas sombras. Para quem eventualmente acuse a Revista Conhecimento & Cidadania  de trazer somente a versão de um dos lados, a resposta é simples, as versões do outro lado, ainda que de cunho meramente emocional, estão expostas em toda a grande mídia. Caso preocupante é o do Dr. Robert Malone , um dos inventores da tecnologia mRNA que foi tratado como mentiroso pelas agências de checagem, entidades que merecem ser desmascaradas, como não sendo o inventor, além de disseminar notícias falsas sobre o tema. Tais agências deixam de mencionar que ele trata da temática desde 1988, quando terapias genicas não eram difundidas. O cientista foi perseguido e virou alvo de ataques por alertar os riscos da terapia ainda precoce . “O pesquisador tem mais de trinta anos de experiência na área de vacinas. Ele descobriu a transfecção de RNA e explicou que enquanto estava no Instituto Salk em San Diego, em 1988, ele inventou as vacinas mRNA. Sua pesquisa continuou no ano seguinte em uma empresa farmacêutica chamada Vical, e entre 1988 e 1989 Malone escreveu revelações de patentes para vacinas contra o mRNA. Depois de dar múltiplos avisos sobre os perigos colocados pela tecnologia RNA utilizada nas vacinas COVID-19, Malone foi removido da Wikipedia e temporariamente retirado do LinkedIn em julho de 2021”. Antes que seja criminalizado falar a verdade, penso que já aconteceu, deixo a leitura da palestra da Dra. Maria Emília Gadelha Serra, lembrando que a profissional é constantemente atacada pela mídia e, em outros tempos, poderia ser presa ou queimada em uma fogueira. Torcemos para que tais dias não voltem. Refletir e buscar informações diversas é de extrema necessidade nos dias atuais, por isso, tentam controlar quem pode falar e o que é a verdade. Lutemos e oremos por dias melhores. Texto publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 02 - ISSN 2764-3867

  • O que é Estado?

    O Estado tem como elementos essenciais o povo, território e a soberania, sem os quais não pode existir. Define-se como povo, assentado em um determinado território com poder originário de mando. O povo é um grupo de pessoas unidas por laços culturais, tais como história, língua e outros fatores. Não podemos confundir povo e população, posto que, este último considera todos que se fazem presentes em um território, ainda que sem nenhuma ligação. Um estrangeiro no território brasileiro não integra o povo do Brasil, sendo parte da população, entretanto, um brasileiro, ainda que no exterior é parte do povo brasileiro. Serviços como saúde, segurança e infraestrutura atendem toda a população, todavia, a soberania em uma democracia é exercida pelo povo, somente estes podem eleger seus representantes, sendo a sua vontade que regulará o Estado. O território é o espaço físico ocupado pelo Estado, sem ele não há como o povo exercer sua soberania, pois não tem como afirmar que sua vontade será considerada como regra. A soberania, que é a capacidade de se auto governar, permite que o Estado possa exercer seu domínio em um determinado território. Uma colônia, província ou qualquer território pertencente ao Estado, não pode ser considerado de forma independente um Estado, pois carece de soberania. A soberania é o poder originário de mando e impede a submissão de um Estado a outro, nota-se que no Brasil, assim como nos EUA, temos uma figura chamada estado-membro, que leva alguns a confundir com o Estado aqui apresentado, mas devemos lembrar que estados-membros não tem soberania, pois estão afetos ao ordenamento jurídico nacional, logo, possuem somente autonomia. Os estados-membros são entes federativos e integram, junto aos demais entes, o Estado brasileiro, este sim, soberano. Normalmente tratamos pelo nome estado os estados-membros, mas precisamos lembram que não são países, logo, não são Estados. Os entes federativos serão tratados em um estudo futuro. Formas de Estados O Estado pode ser unitário, uma confederação ou uma federação. Estado unitário, normalmente são países com menor extensão territorial, tem um poder central e não se divide em entes. Os poderes são concentrados, podendo ter cidades com certa autonomia. É o caso de Portugal. A confederação é a união de mais de um Estado para formar um único, cada um deles é soberano, mas fazem um acordo e criam um poder central. Este tipo de Estado é comum para evitar hostilidades ou quando um dos Estados anexa forçadamente outros. Um exemplo de confederação é a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, no caso houve anexações voluntárias e forçadas. A federação é um Estado que se divide em entes dotados de autonomia (não confundir com soberania) para facilitar a distribuição de funções. Normalmente é um país com vasta extensão territorial, precisando dividir suas funções em entes locais e regionais. O Brasil é uma federação, por isso temos entes federativos dotados de autonomia, como por exemplo os estados-membros.

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